18.4.07

Só 28% dos africanos são tratados

AM, in Jornal de Notícias

O acesso às terapias contra a infecção do vírus da sida subiu 54% nos países de baixo e médio rendimento, mas persistem graves lacunas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Dos 7,1 milhões de pessoas que necessitam de tratamento nestes países, só 28% o receberam até Dezembro de 2006, um pouco mais de dois milhões, de acordo com o relatório "Para um acesso universal expandir as intervenções prioritárias ligadas ao VIH/sida no sector da Saúde", ontem divulgado.

Na África subsariana, mais de 1,3 milhões de seropositivos estavam a ser tratados (28%, quando em 2003 eram apenas 2%). A taxa terapêutica varia dos 6% no Norte de África e no Médio Oriente, a 15% no Leste europeu e Ásia Central e 72% na América Latina e nas Caraíbas.

Os preços da maior parte dos tratamentos antiretrovirais de primeira linha nestes países baixaram entre 37% e 53% entre 2003 a 2006, mas mesmo assim não será possível chegar em 2010 ao acesso universal a programas de prevenção e tratamento do VIH.

O cenário é calamitoso entre as mulheres grávidas da África subsariana que são seropositivas. Apenas 11% estão a tomar medicamentos antiretrovirais para prevenir a transmissão do vírus ao embrião.

O número de crianças infectadas em tratamento aumentou 50%, mas, em Dezembro último, das 780 mil que precisavam de tratamento só 115 500 (15%) o receberam.

A cobertura global dos testes de VIH "continua a ser insatisfatoriamente baixa", já que apenas 12% dos homens e 10% das mulheres que vivem na África subsariana fizeram testes e receberam os respectivos resultados.

O consumo de drogas injectáveis também "está a tornar-se preocupante" bem como quase um milhão de infectados irem contrair o bacilo da turberculose, anualmente, o que se traduzirá em 250 mil mortes que poderiam ser evitadas.