21.5.07

O mundo já não pode esperar mais

Miguel Marujo, in Fátima Missionária

Uma ampulheta lembra que o tempo urge: "Faça a ajuda funcionar", diz o lema de uma iniciativa que quer pressionar o G8


O sinal é dado por uma ampulheta, que é afinal o número 8 (oito). O tempo escasseia, a areia está quase toda no lado “sul” do oito. O “norte” dessa ampulheta pode decidir: G8 é o grupo dos oito países mais industrializados e é também o símbolo para lembrar que “o mundo não pode esperar”. É este o alerta da campanha global de organizações católicas para o desenvolvimento.

“Faça a ajuda funcionar”, insiste o lema desta iniciativa, que apresenta uma “petição aos Governos do Norte e do Sul” onde se pede que “os governos dos países ricos” devem cumprir, “incondicionalmente e sem [restrições]” a disponibilização de “recursos financeiros suficientes para reduzir a extrema pobreza para metade, até 2015”.

A proposta é conseguir que os Objectivos do Desenvolvimento do Milénio, definidos pelas Nações Unidas, sejam cumpridos, “assegurando que os cidadãos e a sociedade civil dos países pobres tenham voz activa na maneira mais correcta de aplicação da ajuda; que a ajuda não imponha contrapartidas prejudiciais a estes países e à sua população; que o perdão da dívida externa seja adicional aos fundos de ajuda; [e que se combata a] corrupção na administração pública e privada”.

Como recordam os promotores da petição, dirigida à reunião do G8, a realizar na Alemanha em Junho próximo, “em 2005, depois da campanha mundial para a erradicação da pobreza ‘Make Poverty History’ (Tornar a pobreza História, numa tradução literal), os governos [comprometeram-se] a aumentar a ajuda aos países pobres e a promover maior alívio das dívidas. Agora é [a] hora de recordar-lhes que cumpram [a] sua promessa”.

Para a recordar, a campanha – disponível no site “Faça a ajuda funcionar” – tem em curso a petição on-line, abaixo-assinados, a distribuição de postais dirigidos ao embaixador da Alemanha em Lisboa, país organizador da reunião, e a possibilidade de envios de SMS para apoiar a iniciativa.

Não será por falta de pressão que os dirigentes mundiais não actuarão. O mundo, já se sabe, não pode esperar.