28.6.07

Sócrates quer novo ciclo para agenda de Lisboa

Eva Cabral, in Diário de Notícias

Emprego. Primeiro-ministro quer ajudar a criar postos de trabalho sustentáveis


O primeiro-ministro, José Sócrates, assumiu ontem, no Parlamento, que um dos objectivos da presidência portuguesa da União Europeia vai ser dar um contributo decisivo para se avançar para um "novo ciclo da Agenda de Lisboa," por forma a que este seja aprovado na Primavera de 2008 quando a Eslovénia estiver aos comandos da UE.

Para o chefe do Executivo, é chegado o momento de debater as "melhores formas de coordenação das políticas de emprego, tendo em vista potenciar a criação de postos de trabalho sustentáveis no actual quadro de competição global". José Sócrates considera, assim, que "esta linha de acção será estreitamente articulada com a qualificação dos recursos humanos, a conciliação do trabalho com a vida familiar, a luta contra a pobreza e, ainda, com o debate sobre a denominada flexigurança".

Frisando que o debate da flexigurança está na agenda europeia , o primeiro-ministro - numa resposta antecipada às duras críticas feitas pelos partidos da oposição (ver pág. 14) e pelos sindicatos - defendeu que esta discussão deve guiar-se "pela procura de soluções integradas e equilibradas, buscando tradução prática em princípios gerais e comuns a nível europeu, que tenham em conta a diversidade das realidades sociais nos diferentes Estados membros".

José Sócrates destacou, ainda, a atenção que a presidência portuguesa vai dar a matérias do foro tecnológico. Assim, será lançado o debate sobre "um plano de acção tecnológico em matéria de energia, com especial destaque para a eficiência energética".

Considerando que o lema da presidência portuguesa da União Europeia será "uma Europa mais forte para um mundo melhor", José Sócrates defendeu também que Portugal dará prioridade à cooperação judiciária e policial na luta contra o terrorismo e a criminalidade organizada, antes de aludir às cimeiras previstas para o segundo semestre deste ano entre a União Europeia e a China, Índia, Rússia e Ucrânia.

Para 23 de Julho, está já marcada a realização de uma Conferência Intergovernamental para "não se perder a dinâmica" e para se aprovar um novo Tratado para a União Europeia, disse.