16.7.07

Falta apoio social a famílias da região

Joaquim Forte, in Jornal de Notícias

Déficite no âmbito da assistência social no Vale do Ave pode ser um mercado de trabalho interessante


Os serviços de apoio às famílias no Vale do Ave são insuficientes, apesar de este ser um sector de oportunidades. Escasseiam as estruturas de apoio à toxicodependência (que afecta muitas famílias da região), a vítimas de violência (sobretudo mulheres, crianças, idosos e deficientes) e a doenças como diabetes, Sida e de Alzheimer.

Os dados constam de um estudo da Agência de Desenvolvimento Regional do Vale do Ave que será apresentado, depois de manhã, em Guimarães. Resulta da investigação feita em 2006/2007, financiada pelo Programa Operacional do Emprego, Formação e Desenvolvimento Social, para perspectivar o mercado de trabalho da região e aproximar o perfil dos desempregados ao desejado pelo sector.

O estudo abrangeu os concelhos de Guimarães, Fafe, Póvoa de Lanhoso, Santo Tirso, Trofa, Vieira do Minho, Vila Nova de Famalicão e Vizela. Área marcada por elevado índice de industrialização e de desemprego e com população muito vulnerável mesmo em conjuntura de crescimento económico.

"Há uma escassez de serviços de auxílio às famílias, principalmente crianças, idosos e deficientes, grupos socialmente dependentes", refere ao JN a coordenadora do estudo, Paula Dourado. "Há problemas sociais graves e grupos de exclusão e de risco que não encontram na região qualquer resposta para os seus problemas. É o caso das mais que insuficientes estruturas de apoio à toxicodependência, problema que afecta grande parte das famílias desta região", adianta.

O alcoolismo; o apoio a vítimas de violência (sobretudo mulheres, crianças, idosos e deficientes) e o auxílio a doenças cardiovasculares, respiratórias, obesidade, diabetes, cancro, Sida, Alzheimer, osteoporose e muitas outras, são áreas deficitárias, segundo o estudo a que o JN teve acesso.

Em algumas áreas, as necessidades sociais da população existem, mas o nível de procura não é muito elevado. "A explicação, adianta Paula Dourado, pode residir nos baixos rendimentos e porque, tradicionalmente, a família era capaz de suprir no seu seio estas necessidades". A região não é um território homogéneo. Nas zonas urbanas a oferta é maior, mas também a pressão da procura; nas zonas rurais, o conceito de família alargada e as relações de vizinhança têm camuflado necessidades.

As carências ao nível da formação dos profissionais nestes domínios acentuam a situação insuficiente na região."Impõe-se que os serviços e equipamentos aumentem, para criar respostas e permitir a conciliação entre a actividade familiar, profissional, de lazer", diz o estudo. O qual serviu, para já, de base a uma parceria que envolve a administração local/regional, associações empresariais e universidade, entre outras, para implementar um projecto territorial que aumente o emprego social, e será submetido ao Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), para financiamento.