21.10.07

Imigrante ameaçou roubar para voltar à prisão

Margarida Luzio, in Jornal de Notícias

O imigrante ucraniano libertado da cadeia de Chaves por exceder o limite de prisão preventiva continuará a entregue a si próprio. Ao que o JN conseguiu apurar junto de fonte dos serviços prisionais, apesar de terem sido contactadas, a Direcção-Geral de Reinserção Social (DGRS) a Segurança Social não terão dado qualquer resposta ao caso.

Iuri foi libertado há pouco mais de uma semana sem ter sequer um local onde ficar. Terá saído com 60 euros no bolso resultante do trabalho que prestava no estabelecimento prisional. Depois, terá sobrevivido à custa de "esmolas" de amigos que conheceu no estabelecimento e de alguns funcionários.

Mas porque não podia "abusar" mais da ajuda, nesse dia voltou a bater à porta da cadeia, onde terá ameaçado fazer um assalto para voltar à prisão, se não lhe fosse prestada ajuda. A direcção do estabelecimento terá, então, iniciado uma série de contactos para arranjar uma solução ao imigrante. Em vão.

Ao que foi possível apurar, a Segurança Social terá dito que "não tinha dinheiro" e a DGRS terá apenas disponibilizado 15 euros para um bilhete de autocarro, caso o imigrante pretendesse deslocar-se para outro local.

A Câmara Municipal de Chaves, por se tratar de um caso de "absoluta exclusão", justificou a vereador Maria de Lurdes Campos, pagou a residencial onde o imigrante ficou nessa noite.

No dia seguinte, os funcionários do Estabelecimento Prisional de Chaves terão feito uma colecta que terão entregue ao imigrante, juntamente com alguns contactos, entre os quais a linha SOS emigrante e a morada do Abrigo Porta Amiga da AMI, no Porto. Aliás, estarão convencidos que Iuri se encontra nessa instituição. Mas não está, como confirmou, ao JN, o responsável pelo espaço.