23.10.07

Plano Nacional de Leitura "globalmente positivo"

in Jornal Público

O balanço do Plano Nacional de Leitura (PNL) é "globalmente positivo", sobretudo no que diz respeito à adesão das escolas e autarquias. Todos os actores envolvidos são da opinião que o projecto deve continuar, apontam os resultados da Avaliação Externa do PNL, feita pelo Centro de Investigação e Estudos de Sociologia do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (CIES/ISCTE), coordenado por António Firmino da Costa. O estudo é hoje apresentado na Gulbenkian, em Lisboa.

A adesão das escolas ao PNL é positiva: 7500 (incluindo jardins-de-infância e escolas de 1.º e 2.º ciclos), o que corresponde a um milhão de crianças envolvidas. Também as bibliotecas públicas estão a trabalha projectos de promoção da leitura. Do ponto de vista financeiro, 676 escolas receberam reforço de orçamento para comprar livros para ler na sala de aula, num valor de cerca de um milhão e meio de euros. Cerca de 150 autarquias estabeleceram protocolos para apoio das escolas dos seus concelhos.

O CIES/ISCTE fez um inquérito a que responderam mais de 35 por cento das escolas. Para 83 por cento das inquiridas, o PNL é positivo para reforçar a promoção da leitura, nomeadamente na sala de aula.

A adesão dos alunos às actividades é avaliada como "forte ou muito forte" nos vários níveis de ensino. No inquérito, as escolas respondem que as actividades foram "muito favoráveis" ao incremento de práticas de leitura dos alunos, do seu interesse e das suas competências. Em cerca de 70 por cento, os professores terão notado progressos "parciais" dos alunos no domínio da leitura.

Mas os inquiridos também enunciam dificuldades. A saber: o tempo e os recursos disponíveis, que são considerados por 77 por cento das escolas como escassos. O CIES/ISCTE fez ainda estudos de caso em 17 escolas, 14 bibliotecas escolares, sete públicas e oito câmaras municipais. Nestes, os aspectos menos positivos que apontam são os atrasos na comunicação de iniciativas, críticas às listas de livros e a não inclusão de algumas escolas nos apoios financeiros.

E como é que o público em geral acompanha o PNL? Mais de metade dos inquiridos com ensino superior já ouviu falar (53 por cento), mas, à medida que a escolaridade diminui, decresce o número dos sabem o que é. Apesar disso, a opinião é unânime: um plano destes é "importante, ou mesmo muito importante, para desenvolver os hábitos e as capacidades de leitura dos portugueses". B.W.

77%
A maioria das escolas inquiridas (77 por cento) considera escasso o tempo e os recursos disponíveis para aplicar o PNL