22.11.07

Estar empregado não evita o risco de pobreza

in Portugal Diário

Três países da UE apresentam este perigo: Portugal, Espanha e Grécia


Portugal é dos poucos países da União Europeia onde estar empregado não evita a pobreza, indica um relatório, citado pela Lusa, segundo o qual cerca de 14 por cento das pessoas que trabalharam em 2004 tiveram rendimentos abaixo do nível da pobreza.

Grécia, Espanha e Portugal: os piores exemplos

Os dados constam do Quarto Relatório da Coesão e o documento destaca que em três países da coesão da UE 15 - Grécia, Espanha e Portugal - a diferença entre estar-se empregado e estar-se desempregado é significativamente inferior a qualquer outro país, reflectindo o grande número de desempregados que vivem em agregados onde alguém trabalha.

Além disso, em todos estes países, especialmente na Grécia e em Portugal, estar-se empregado não constitui tanto uma salvaguarda contra o risco de pobreza como acontece noutros Estados-Membros, com excepção da Polónia.

O relatório salienta que a percentagem da população em risco de pobreza permanece relativamente elevada em alguns Estados-Membros. Este grupo da população, que por definição integra as pessoas com um rendimento 60 por cento inferior à média nacional, atingiu, em 2004, 20 por cento na Lituânia, Polónia, Irlanda, Grécia, Espanha e Portugal, mas apenas 10 por cento nos Países Baixos, na República Checa e na Suécia.

75 milhões em risco de pobreza

Em média, os que se encontravam em risco de pobreza em 2004 totalizavam 16 por cento da população da UE, ou seja, cerca de 75 milhões de pessoas.

Em Portugal, o emprego aumentou quase 2 por cento ao ano até 2001, mas, desde então, praticamente não cresceu, reflectindo a baixa taxa de crescimento do PIB.

Ao contrário, na Grécia, o emprego registou um aumento muito inferior à média da UE até 2001 (apenas cerca de 0,5 por cento ao ano), mas aumentou a um ritmo muito superior desde 2002 (quase 2 por cento ao ano até 2005).

Em oito Estados-Membros, o desemprego aumentou cerca de 1,5 pontos percentuais ou mais (quase 4 pontos percentuais em Portugal). A taxa de desemprego dos jovens (com menos de 25 anos) na UE-27 subiu 0,7 pontos percentuais entre 2000 e 2005, mas esta média esconde uma ampla variação, indica o relatório.

Desemprego juvenil

Na Bulgária, nos Estados Bálticos e na Eslováquia, a taxa de desemprego juvenil diminuiu mais de 6 pontos percentuais, ao passo que, em cinco Estados-Membros, incluindo Portugal e a Hungria, aumentou mais de 5 pontos percentuais.

Educação

A proporção das pessoas na faixa dos 25 aos 64 anos que possui habilitações superiores varia de quase 35 por cento na Finlândia, até aos 13 por cento na República Checa e Portugal.

A percentagem das pessoas que concluíram o ensino secundário apresenta uma variação igualmente ampla. Em Portugal e em Malta, quase três quartos da população nesta faixa etária não frequentaram mais do que a escolaridade obrigatória enquanto em Espanha e em Itália, cerca de metade está nestas condições.