8.1.08

Mais produtividade, emprego e poupança

in Jornal Público

No meio das incertezas e riscos externos que podem pôr em causa a retoma, alguns indicadores revelam uma melhoria significativa no funcionamento da economia portuguesa.

A produtividade voltou, em 2007, a crescer a um ritmo mais forte. Depois de em 2005 e 2006 ter registado uma variação quase nula, no ano passado, cresceu 1,4 por cento, um valor natural tendo em conta que o crescimento da economia foi conseguido sem um aumento significativo do emprego. Para 2008 e 2009, prevê-se que a produtividade continue a crescer a um ritmo superior a um por cento.

Para o Banco de Portugal, estes resultados são sinais de que "estará em curso uma recomposição do tecido produtivo", com "redireccionamento gradual de recursos para produtos com maior conteúdo tecnológico e de capital humano" e com a "criação de postos de trabalho com níveis de produtividade mais elevados, no âmbito de processos de reestruturação interna das empresas".

Para 2008 e 2009, o contributo do aumento do emprego para o crescimento também aumenta, embora de forma moderada. O banco diz que este indicador pode registar variações de 0,4 e 0,6 por cento nesses períodos, o que supera os 0,1 por cento de 2007. Não são feitas previsões para a taxa de desemprego.

Outro factor positivo detectado pelo Banco de Portugal é o aumento da taxa de poupança. O aumento do rendimento disponível real, combinado com uma grande moderação do consumo privado, deverão significar que os portugueses vão poder, tal como aconteceu em 2007, aumentar a sua taxa de poupança, contrariando a tendência descendente da última década. Este resultado, vai no sentido oposto ao da percepção dos portugueses, que, nos últimos inquéritos, revelam a menos predisposição de sempre para poupar.