21.2.08

Estudo revela que os portugueses estão mais preocupados com as pensões de reforma

João Manuel Rocha, in Jornal Público

Mais de um terço já começou a preparar a reforma. Na sua maioria pertencem às classes altas


Os portugueses estão mais preocupados com as suas pensões de reformas do que em 2006, o que pode ser uma consequência das alterações no regime de Segurança Social que entraram em vigor no ano passado. Esta é uma das conclusões de um inquérito feito pela empresa de estudos de mercado TNS para a gestora de fundos de pensões Fidelity Internacional.

A segunda "vaga" do estudo, ontem apresentado em Lisboa, indica que mais de um terço dos inquiridos - 36 por cento - já começou a preparar financeiramente a sua reforma, 11 por cento mais do que quando foi feito o inquérito anterior, há pouco mais de um ano.

O valor de Portugal é idêntico ao de França, com os dois países na cauda de um conjunto de oito onde o estudo decorreu. A Suécia, onde 81 por cento da população já se preocupa com complementos de pensão, lidera o grupo.

Quem prepara a reforma?

No caso português, os que começaram a preparar a reforma são os que pertencem, na sua maioria, às classes sociais mais altas, A/B (50 por cento), os que ganham acima de 1317 euros mensais (51 por cento) e os que são proprietários, gestores ou profissionais liberais (54 por cento).

Os planos pessoais de poupança foram a solução adoptada por 23 por cento e a adesão a um plano através do empregador foi a escolha de 15 por cento. Três por cento dos que já poupam adicionalmente para a reforma fazem-no através das duas modalidades.
A maior parte dos portugueses quer apenas, segundo as conclusões do estudo ontem revelado, garantir que, na reforma, "tem o dinheiro suficiente para sobreviver" (34 por cento), ou que conseguirá "manter o nível de vida actual" (33 por cento).
A percentagem dos que têm planos para começar a preparar a sua reforma também aumentou nove por cento face ao inquérito anterior e está agora em 31 por cento, revelam as 555 entrevistas feitas no caso português entre 17 e 21 de Dezembro. Mesmo o número dos que não começaram a planear a aposentação nem tencionam fazê-lo diminuiu 18 por cento entre os dois estudos e está agora em 26 por cento.
A preocupação dos mais jovens com a questão também aumentou, como mostra o facto de 41 por cento dos que tencionam iniciar a preparação da reforma se situar na faixa dos 25-34 anos. Apesar de conscientes da importância do tema, 29 por cento planeia apenas começar a tratar do assunto nos próximos anos contra 11 por cento que tencionam fazê-lo no próximo ano.

O estudo mostra também a distância que vai das intenções aos actos: embora 45 por cento dos inquiridos afirmem que a poupança deveria começar antes dos 35 anos (a média são os 32 anos, no caso de Portugal), na verdade apenas 29 por cento já deram esse passo.

O estudo realizado para a Fidelity decorreu na Alemanha, Áustria, França, Holanda, Itália, Portugal, Suécia e Suíça.

36% dos portugueses já começaram a preparar financeiramente a sua reforma, 11 por cento mais do que evidenciavam os resultados do anterior inquérito feita para a Fidelity