19.2.08

Menos inscritos nos centros de emprego

in Jornal de Notícias

O número de pessoas que tomam a iniciativa de se inscrever nos centros de emprego continuava a diminuir, em Janeiro. No mês passado, eram menos 58 mil os desempregados inscritos do que no mesmo mês do ano anterior. Já em comparação com Dezembro, o número aumentou, como acontece todos os anos. No final do mês passado, 399 674 pessoas declararam não ter trabalho, junto do Instituto do Emprego e da Formação Profissional (IEFP).

O fenómeno é só conhecido do IEFP e tem duas raízes. Primeiro, o real aumento de empresas que decidem começar o ano com menos trabalhadores que, assim, se inscrevem em Janeiro, ou de actividades sazonais, como a hotelaria, que tem no Natal e passagem do ano uma das épocas mais agitadas; o segundo, admite o próprio instituto, tem a ver com os benefícios dados a quem se declara desempregado e que vão desde a isenção do pagamento de taxas moderadoras no Serviço Nacional de Saúde a descontos nas quotas de associado a clubes de futebol. Assim, face a Dezembro, o IEFP registou mais 9394 pessoas inscritas.

Apesar de os números de Janeiro mostrarem menos desemprego em comparação com o primeiro mês do ano passado, esta melhoria não está a chegar aos jovens. Os centros de emprego registaram um aumento do número de pessoas que procuram o primeiro emprego, enquanto que baixou o número de quem já trabalhou mas ficou desempregado.

A redução do número global de inscritos, em Janeiro, foi acompanhada pelo aumento do número de ofertas de trabalho, que no final do mês ultrapassavam as 14 mil, mais 29%. Foi sobretudo no Algarve que os empregadores mais estiveram dispostos a contratar pessoas.

"Doentes" disparam

Um outro fenómeno descoberto pelo IEFP no início do ano passado é a enorme quantidade de pessoas que declaram estar doentes para justificar faltas às chamadas dos centros de emprego ou às apresentações quinzenais obrigatórias. Francisco Madelino detectou este aumento (de 75%, para 12 650 pessoas em Janeiro face ao mesmo mês do ano anterior), mas ainda não foram tomadas medidas concretas, no terreno, para o atalhar.

Nos planos do IEFP está o recurso a juntas médicas para averiguar se estas "baixas" por doença são justificadas ou não, mas as alterações à lei das juntas atrasou o processo. O IEFP quer pô-lo no terreno ainda no primeiro trimestre. Enquanto isso, o estratagema vai sendo bem sucedido.