22.2.08

Norte vai ter de se virar para o estrangeiro

IF, in Jornal de Notícias

O futuro da região Norte passa pela internacionalização e pelo reforço das exportações, afirmou, ontem, em conferência de imprensa, Carlos Lage, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN). "Para a região Norte, exportar é viver. Essa é a verdade inquestionável e é em torno dela que vamos desenvolver todo o nosso trabalho", sustentou, após a apresentação do plano de acção regional "Internacionalização", com aplicação até 2015.

O objectivo da CCDRN passa, nos próximos anos, por promover as exportações na região, que actualmente são de 41%; por promover a internacionalização, incentivando a criação de filiais comerciais no estrangeiro ou o licenciamento de tecnologias; e promover a atracção de investimento directo estrangeiro. "O Norte tem todas as condições para atrair mais investimento estrangeiro", frisou Carlos Lage. Comentando que a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) está "sensibilizada no sentido de que se explore o mercado externo para atrair investimento compatível com o padrão competitivo do Norte".

Ontem, foram entretanto apresentados os primeiros números dos sistemas de incentivos ao investimento das empresas nortenhas. Cristina Azevedo, da comissão directiva do Programa Operacional Norte (ON.2), referiu terem sido recebidos, na primeira vaga de concursos, 698 candidaturas, correspondentes a 896 milhões de euros. Dessas, 236 são para o sistema de incentivos "Inovação", 381 para o sistema de incentivos "Qualificação e Internacionalização de PME" e 81 para o sistema de incentivos "Investigação e Desenvolvimento Tecnológico". A responsável destacou o "enfoque especial" das candidaturas da região Norte nas áreas de "Investigação/Desenvolvimento Tecnológico", em que foram apresentados 81 projectos, contra apenas 34 na região Centro e dois no Alentejo, que com o Norte são as regiões do chamado "Objectivo Convergência". E é precisamente pela aposta na inovação e tecnologia, frisou, que se poderá, a médio e longo prazo, fazer crescer as exportações na região. Cristina Azevedo acrescentou, ainda, que as micro e pequenas empresas foram responsáveis por 476 das 698 candidaturas em análise, representando 270 milhões de euros de financiamento, contra os 57,5 milhões de euros disponibilizados.