29.3.08

Nova sede do Espaço t pretende assumir-se como pólo cultural do Porto

Alice Barcellos, in Jornal Público

Espaço, que é hoje inaugurado pela ministra da Saúde, inclui uma galeria de arte contemporânea


A O Espaço t, associação para apoio à integração social e comunitária, inaugura hoje, às 17h00, a sua nova sede, na Rua do Vilar, Porto, cerimónia que é presidida pela ministra da Saúde. O novo espaço pretende afirmar-se como um pólo cultural da cidade e atrair a atenção do público em geral, além de oferecer mais conforto e tranquilidade para os cerca de 300 utentes fixos.

O edifício, do século XIX e com quatro andares, está adaptado para pessoas com necessidades especiais. O local já foi usado pelo Ministério da Saúde, mas estava em condições degradadas, tendo sido completamente restaurado, disse ao PÚBLICO o presidente do Espaço t, Jorge Oliveira.

Salas de pintura, jornalismo, expressão corporal, informática, uma biblioteca e um jardim vão ser alguns dos espaços mais frequentados pelos utentes. Segundo Jorge Oliveira, "qualquer pessoa poderá frequentar o local". Outra das novidades é a inauguração da Quase Galeria, comissariada por Fátima Lambert. A galeria é dedicada à arte contemporânea. Surgiu da contribuição de cinco grandes galerias do país e vai contar com obras de pintores nacionais.

"Queremos desmistificar a ideia de que o Espaço t é só para toxicodependentes e doentes mentais", explicou o presidente da associação. A nova sede quer marcar a agenda cultural do Porto, com a realização de tertúlias, workshops e seminários - "ser um espaço de reflexão e debate". Com o objectivo de "unir ainda mais as pessoas através da arte", sublinhou Jorge Oliveira.

Os quatro andares do edifício contam com acesso por elevador e todas as salas têm identificação com sinalética em braile, sendo uma das poucas instituições do país a ter este tipo de acessibilidade para os invisuais.

A decoração da nova sede, "com tons claros", pretende "dar conforto e algum luxo aos que, por vezes, não têm uma cama para dormir". As obras foram financiadas em 90 por cento pelo Estado e pela União Europeia e os outros dez por cento pela instituição.