24.7.08

Indústria criativa permite impulsionar todo o Norte

Fernando Basto, in Jornal de Notícias

Estudo macro-económico demonstra vantagens na criação de um "cluster"

A criação de um pólo de competitividade de indústrias criativas na região Norte poderá ser a resposta aos problemas económicos da região. Um estudo macro-económico, divulgado no Porto, assim o defende.

"A região Norte de Portugal enfrenta sérios constrangimentos que ameaçam a sua competitividade e a sua capacidade de recuperar dinâmicas de produção de riqueza, mas tem em si os recursos, os agentes e a energia de que necessita para o fazer com sucesso". Foi a esta conclusão que chegou um estudo macro-económico elaborado por Charles Landry, um dos maiores especialistas internacionais em estudos de cultura e criatividade como veículos para a revitalização das cidades.

Assim, o caminho para a recuperação económica da região Norte assenta na criação de um pólo de competitividade ("cluster") de indústrias criativas, aproveitando as potencialidades oferecidas pela região.

"Estamos a falar de competitividade e distinção. Todas as cidades têm pessoas, infraestruturas e recursos criativos, mas nem todas maximizam o papel desses recursos em relação à sua economia", explicou Charles Landry. "Por isso, as cidades criativas que podem estabelecer o elo entre a cultura e a economia são os locais mais competitivos", juntou.

Durante a apresentação do estudo - elaborado a pedido da Fundação Serralves em parceria com a Casa da Música, Junta Metropolitana do Porto e Sociedade de Reabilitação Urbana da Baixa do Porto, partindo de uma ideia da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte - o ministro da Cultura alertou para o facto de ser necessário avançar com o projecto e mobilizar e unificar toda a região Norte.

"Se não houver uma liderança clara, coesão dos agentes culturais, económicos e políticos da região não é possível transformar o Porto", referiu. Para tanto, José Pinto Ribeiro defendeu uma capacidade de "discurso, explicação e sedução" dos agentes económicos. "Sem eles, não é possível mobilizar vontades, dar meios e recursos financeiros", sublinhou.

Por seu turno, o ministro do Ambiente, Nunes Correia, informou que os projectos poderão concorrer a financiamentos do QREN no âmbito das estratégias de eficiência colectiva, destinadas a apoiar "clusters".