17.12.08

Debate sobre os Direitos Humanos no Café Mazagran

Marlene Sousa, in Jornal das Caldas

A Associação Património Histórico das Caldas da Rainha associou-se ao Núcleo do Oeste da Amnistia internacional na dinamização de uma actividade com o objectivo de assinalar os 60 anos da Declaração Universal dos Direitos do Homem.

Foi no Café Mazagran que várias pessoas se juntaram em torno da defesa dos Direitos Humanos. “Existe uma indiferença da humanidade, a discussão em torno dos direitos humanos tem de envolver as pessoas no cumprimento do seu dever de cidadania”. Esta é posição de Isabel Xavier, presidente da Associação PH, que organizou um debate sobre os direitos humanos porque espera que este aniversário “seja uma data de acção”, lembrando que “a injustiça, desigualdade e impunidade persistem em muitas partes do mundo”.

No início do evento foi passado um documentário do fotógrafo brasileiro, Sebastião Salgado, que tem percorrido os quatro cantos do Mundo, registando a pobreza, a guerra, o sofrimento, em fotos impressionantes pelo seu realismo. No filme o próprio fala sobre a sua experiência em cenários terríveis, revelando, para além do grande profissionalismo, a profunda humanidade por detrás do fotógrafo. Com imagens de três violações dos direitos humanos que tiveram lugar no Brasil em 1996, Afeganistão em 1996, Moçambique em 1994, vem provar que depois de mais de dez anos continua-se a ver um mundo cheio de injustiças.

Nuno Valadas, representante da Amnistia Internacional, que esteve presente neste debate usou da palavra fazendo um levantamento dos principais crimes que se cometem hoje contra os direitos humanos. Para este responsável, os direitos humanos têm uma longa vida de evolução, no entanto, estão a ser ameaçados por novos factores como a crise financeira, que está deixar mais famílias em estado de pobreza de miséria extrema sem recursos financeiros para se alimentarem e manter a habitação. Os paradigmas das alterações climáticas, que estão a provocar grandes secas ou inundações que têm contribuído para a diminuição de produtividade de alguns cereais, foi outro factor focado por este representante da Amnistia Internacional. O fanatismo e a ameaça de guerra ou de terrorismo são outros agentes violadores dos direitos humanos proferidos por este responsável.