19.12.08

Economia mal, emprego ainda pior

Paulo Martins, in Jornal de Notícias

Advertência prévia, para uma interpretação dos resultados, neste campo, mais próxima da realidade: baixou, por vezes substancialmente, a percentagem de inquiridos que não se pronuncia sobre as questões colocadas.

Tal tendência, influencia decisivamente alguns dos resultados, como o respeitante ao actual estado da economia - é "bom" para 8%. Mais: revela o grau de preocupação dos portugueses quanto ao futuro. Veja-se o facto de só 6% não quererem emitir opinião sobre a evolução no próximo ano (eram 11% na anterior sondagem da Universidade Católica).

Sete em cada dez inquiridos consideram que, no domínio da economia, as coisas pioraram. O pessimismo, tudo o indica, veio para ficar, na medida em que passou a 57% a percentagem dos que vêem o futuro imediato com nuvens muito carregadas. Só 15% vaticinam melhorias.

É assim natural o lugar ocupado pela situação económica do país, quando se solicita uma análise por áreas. Com ela directamente relacionada, a questão do emprego surge, como seria de esperar, no topo: 73% estão convencidos de que o país continuará a perder postos de trabalho ao longo de 2009.

O segundo posto, entre as áreas identificadas como tendendo a piorar, cabe ao sistema educativo. Prova de que os portugueses não estão tão alheios como se possa pensar às convulsões que se vivem no ensino, susceptíveis de pôr em causa o seu funcionamento regular.

De salientar, por outro lado, o relativo optimismo manifestado pelos inquiridos acerca da evolução em matéria de sistema de saúde e - embora menor - de aparelho da Justiça. Estes dois campos juntam-se ao da situação internacional entre os que são avaliados como tendo condições para, pelo menos, ficarem na mesma, por comparação com o ano em curso.