19.12.08

Luta contra a pobreza exige fraternidade

in Agência Ecclesia

“A crise de trabalho que preocupa hoje em dia toda a humanidade” foi evocada esta Sexta-feira) pelo Papa, ao receber no Vaticano os membros do Departamento do Trabalho da Sé Apostólica, no vigésimo aniversário da respectiva instituição.

Bento XVI evocou a este propósito uma passagem da Mensagem para o próximo Dia Mundial da Paz, de 1 de Janeiro: “A luta contra a pobreza tem necessidade de homens e mulheres que vivam em profundidade a fraternidade e sejam capazes de acompanhar pessoas, famílias e comunidades em percursos de autêntico desenvolvimento humano”.

O Papa recordou os objectivos indicados no Motu Proprio de João Paulo II que instituiu este Departamento do Trabalho: “Honrar concretamente a dignidade de cada um dos trabalhadores; reconhecer, tutelar e promover os direitos sociais e económicos de cada membro; fazer com que se cumpram cada vez mais fielmente os respectivos deveres; estimular um vivo sentido de responsabilidade; melhorar sempre o serviço”.

No seu discurso, Bento XVI quis citar também outro Motu Proprio, de 1994, que aprovava o estatuto definitivo deste Departamento, em que João Paulo II referia “a tutela dos legítimos interesses dos que pertencem à comunidade de trabalho da Santa Sé”, favorecendo “uma correcta aplicação dos princípios da justiça social e garantindo a unidade de tal comunidade e o crescimento de relações interpessoais no seio da mesma”.

“Trata-se de orientações muito claras, que me apraz reafirmar, pondo em luz a peculiar tarefa que o Departamento do Trabalho da Sé Apostólica está chamado a desenvolver na formação do pessoal, para tornar cada vez mais eficiente e solidária a actividade da comunidade de trabalho da Santa Sé”, disse.

“Outro importante serviço” deste Departamento – recordou ainda o Papa – é “prevenir qualquer eventual desavença relativa aos trabalhadores”, procurando, se necessário, chegar de modo solícito a uma resolução do mesma, “mediante um diálogo sincero e objectivo, pondo em acto os procedimentos de diálogo e arbitragem previstos “. Tudo isso em ordem a “consolidar a referida comunidade de trabalho”.

Finalmente, Bento XVI recordou que as pessoas que trabalham na Sé Apostólica têm todos como objectivo “ajudar o Sucessor de Pedro no seu ministério ao serviço da Igreja universal”. Constituem assim, de certo modo, uma “família” e a actividade profissional de cada um constitui uma “vocação” a “cultivar com empenho e espírito evangélico”, como “um caminho concreto de santidade”.