Pensão mínima para idosos nos 413 euros

A.P.C, in Jornal de Notícias

A prestação do complemento solidário para idosos vai aumentar 3,3% no próximo ano. O que significará que cada mensalidade das pensões mais baixas atingirá os 413.33 euros e no total dos 12 meses atingirá os 4960 euros. Em 2008, o valor mínimo era de cerca de 4.800 euros por ano, aproximadamente 400 euros por mês.

Esta foi uma das novidades do debate quinzenal com o primeiro-ministro, ontem, no Parlamento, o último antes das férias de Natal.

Depois de ter feito o elogio do plano anticrise do Governo, anunciado no sábado, e que deverá representar "um benefício para cerca de 100 mil portugueses, nomeadamente na concessão de incentivos à criação de emprego, José Sócrates também fez questão de dizer que não se esquecia "dos mais desprotegidos". Prometeu, por isso, "aumentos bem acima da inflação prevista para o apoio aos idosos mais pobres".

A almofada financeira para estes aumentos é, como o primeiro-ministro não se cansa de referir, "a consolidação das contas públicas". "Sem isso, sem esse trabalho de casa feito, não seria possível enfrentar a crise", insistiu.

Os mais recentes números divulgados pelo INE, que dão conta de uma diminuição, em Portugal, do fosse entre os 20% mais ricos e os 20% mais pobres, foram usados pelo primeiro-ministro para responder aos deputados da Oposição, nomeadamente Paulo Portas, que propôs um reforço do apoio social e mais investimento em equipamentos, como as cozinhas comunitárias. Mas esses dados foram também preciosos para o primeiro-ministro responder "a quem anda sempre a dizer que o fosso entre ricos e pobres tem vindo a aumentar em Portugal". Antes, Francisco Louçã tinha citado o artigo de Mário Soares, ontem, no DN, no qual essa ideia foi desenvolvida.

De acordo com Sócrates, que citou o INE, "em 2007, a diferença entre o rendimento dos 20% mais ricos e o dos 20% mais pobres foi de 6,5%, em 2006, 6,8, e em 2004 e 2005 foi de 6,9".

"E esta diminuição ainda não tem o efeito do complemento solidário para idosos", enfatizou o chefe do Governo, que, no entanto, não teve resposta para o líder do PCP, que, citando igualmente os últimos dados do INE, lembrou que o poder de compra da classe média está ao nível de 1997.