21.1.09

Banco de Portugal admite perspectivas económicas piores do que o previsto

in Jornal de Notícias

O governador do Banco de Portugal admitiu que as condições económicas se degradaram e que, caso o banco central apresentasse agora previsões, estas seriam mais negativas que as divulgadas no passado dia 06 de Janeiro. Mas, não tão más como as reveladas, esta segunda-feira, pela Comissão Europeia.

"As previsões, se as fizéssemos hoje, seriam também mais negativas, porém não tanto como as da Comissão [Europeia]", afirmou o governador Vítor Constâncio em declarações aos jornalistas à margem da conferência do Economist que termina hoje em Lisboa e teve início na segunda-feira.

As últimas previsões do Banco de Portugal, apresentadas no dia 06 de Janeiro, apontavam para uma contracção de 0,8 % do produto interno bruto (PIB).

O governador explicou que as previsões de Janeiro do BdP assentavam em dados disponíveis até Novembro e referiu que "as noticias dos últimos 10 dias acentuaram bastante o pessimismo sobre o crescimento na Europa", um cenário que vai afectar Portugal.

As previsões que a Comissão Europeia divulgou na segunda-feira apontam para uma contracção de 1,6 % para o PIB português em 2009. Na sexta-feira, o Governo aprovou o orçamento suplementar, onde admite uma queda de 0,8 % do PIB, um cenário alinhado com o do BdP.

Para o mesmo responsável, as previsões da Comissão Europeia para Portugal são excessivamente negativas já que o cenário traçado para o consumo privado por Bruxelas é "muito pessimista e sem fundamento".

A Comissão prevê uma quebra de 0,2 % do consumo privado.

Para o governador do BdP, a inflação no conjunto de 2009 será em Portugal "muito baixa", o que contribuirá para o aumento do rendimento disponível das famílias, fazendo com que só "muito dificilmente" o consumo diminua.

Vítor Constâncio admitiu assim acreditar que o consumo deverá crescer "alguma coisa".