29.1.09

Governo e CE adiantam valores diferentes

in Jornal Público

Quer o Governo quer a Comissão Europeia (CE) prevêem que a taxa de desemprego em Portugal seja superior à média estimada no pior cenário previsto pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) para o grupo das Economias Desenvolvidas e União Europeia, em que o país está integrado. O relatório ontem divulgado prevê que o desemprego possa afectar 7,9 por cento da população activa daquelas economias, mas para Portugal o executivo já calculou a taxa de desemprego em 8,5 e a CE corrigiu na semana passada a sua anterior previsão de 7,9 para 8,8.

O Instituto Nacional de Estatística só dispõe ainda de dados relativos ao terceiro trimestre de 2008, quando foi interrompida a tendência de queda do desemprego que se vinha desenhando desde o início de 2007. A taxa de 7,9 por cento para aquele período representa uma subida de 0,4 por cento face aos três meses anteriores, ainda que signifique uma redução de 0,2 relativamente ao período homólogo do ano anterior.

Mais recentes são os dados sobre desempregados inscritos no Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), divulgados há dias. Os 416.005 inscritos nos centros de emprego no fim de Dezembro eram mais 7407 do que no mês anterior e mais 25.725 do que um ano antes. O aumento corresponde a um acréscimo percentual de 1,8 entre Novembro e Dezembro e de 6,6 por cento face ao final de 2007.

Em Dezembro passado, o desemprego aumentou em todas as regiões do país, tanto relativamente ao mês anterior como quando comparado com igual mês de 2007, mas a região do Algarve foi aquela em que se registaram as maiores subidas: 8,9 por cento no último mês do ano e 17,5 por cento, quando se comparam os meses de Dezembro de 2007 e 2008.

A subida do final do ano foi menos acentuada no Alentejo, onde o desemprego cresceu 1,1 por cento de Novembro para Dezembro. Já quando a comparação é anual, o crescimento mais baixo deu-se nos Açores, que passaram a ter mais 2,1 por cento de desempregados inscritos.

No Norte, onde se concentravam no final do ano 44,2 por cento do total de desempregados registados no IEFP, a subida foi em Dezembro de 1,3 por cento face ao mês anterior e de 5,9 relativamente ao mês homólogo. J.M.R.