20.1.09

Porto já tem um Observatório de Sustentabilidade Energético-Ambiental

Aníbal Rodrigues, in Jornal Público

A Câmara do Porto, a Porto Vivo - Sociedade de Reabilitação Urbana e a Agência de Energia do Porto (AdEPorto) assinaram ontem um protocolo que constitui o Observatório de Sustentabilidade Energético--Ambiental do concelho. Este organismo, constituído por técnicos da AdEPorto e da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, já funciona experimentalmente desde 1 de Setembro e, segundo Oliveira Fernandes, presidente da AdEPorto, é único no país "e provavelmente na Península Ibérica".

O observatório tem como função analisar os pedidos de licenciamento de novos edifícios ou recuperação de antigos, mas não emite parecer sobre os mesmos. Desde que começou a actividade do observatório, Oliveira Fernandes tem constatado a melhoria dos projectos apresentados, sobretudo a partir da entrada em vigor do Sistema de Certificação de Edifícios. Também a quantidade de imóveis com climatização tem aumentado.

Este último dado indica que, em breve, o padrão do consumo de energia deverá mudar, aproximando-se mais do europeu, em que o aquecimento ambiente supera o aquecimento de águas. Como esses países estão nesta altura a tentar contrariar as emissões poluentes que resultam do consumo de energia para aquecimento ambiente, Oliveira Fernandes considera que será possível evitar a chegada deste problema ao Porto e, nesse sentido, o observatório deverá começar "a propor medidas, em 2010, que favoreçam a bitola da qualidade".

Durante a assinatura do protocolo, o presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, enumerou algumas das políticas ambientais da autarquia, como é o caso da despoluição das ribeiras e das praias. "Temos feito um esforço grande para preservar o Parque da Cidade sem construção e vamos iniciar, este ano, a construção do Parque Oriental", completou.

"O sector do Urbanismo, não sei porquê, é dos que têm tido menos avanço na nossa sociedade, confundindo-se qualidade com quantidade", sustentou. Porém, Rui Rio considera que, no Porto, tem havido "um esforço na preservação da qualidade" e o observatório é mais um exemplo dessa orientação. "Ao criarmos o observatório estamos a dar mais um passo no sentido da qualidade e não da quantidade", defendeu.