20.1.09

Taxa de desemprego vai ultrapassar os 16%

Ana Paula Lima*, in Jornal de Notícias

Espanha vai registar um recuo da economia de 2% este ano


Para Espanha, um dos principais parceiros comerciais de Portugal, não há indicadores positivos. Segundo a Comissão Europeia, o desemprego vai atingir 16% da população activa e as importações vão recuar quase 5%.

A enfrentar a primeira recessão económica em 15 anos, o país vizinho terá uma taxa de desemprego de 16,1%, em 2009, que em 2010 subirá até 18,7%, enquanto o emprego deverá cair 3,9%, durante este ano, e 2% no ano seguinte.

Bruxelas prevê, ainda, a contracção da economia em 2%, em 2009, e de 0,2%, para 2010. A queda do Produto Interno Bruto (PIB) está associada à "deterioração do mercado de trabalho e redução das condições de crédito", que estão a provocar a diminuição do consumo privado, que segundo a Comissão vai recuar 2,6%.

Este ano será o da confirmação do mau comportamento da economia espanhola em 2008. No último ano, o aumento dos processos de insolvência foi de 182,7%, segundo a Crédito Y Caución, para 2937 casos, 28% dos quais no sector da construção.

Espanha vai, ainda, prevê a CE, importar menos 4,6% este ano, e menos 2,1%, em 2010, e terá um recuo de 2,7% das exportações.

No ano passado, a economia já assistiu a uma descida generalizada do volume de negócios. Em Novembro, segundo o instituto de estatística do país, o sector dos serviços perdeu 14,6% da sua facturação, e o comércio 17,4%, sendo os sectores mais penalizados.

Os dados de 2008, levaram a agência de notação financeira Standard & Poor's a rever em baixa a notação de Espanha, para AA+, temendo a subida do risco de incumprimento por parte do Estado dos seus compromissos financeiros. Um "rating" que o ministro espanhol das Finanças, Pedro Solbes, considerou que, ainda, "é positivo".

A Comissão prevê, também, que o défice público espanhol atinja os 6,2% do PIB, em 2009, e a dívida pública 53%. Ontem, o presidente de Espanha, José Luis Zapatero, admitiu que 2009 não será um ano de crescimento e que haverá um "impacto directo no emprego".

Zapatero pediu aos espanhóis "confiança e que consumam de forma normal", para sair da crise, e exigiu aos bancos que "agilizem e facilitem o crédito" às empresas e às famílias.

*com Agências