25.2.09

Câmara de Arouca quer famílias carenciadas a explorar quintas votadas ao abandono

Sara Dias Oliveira, in Jornal Público

O processo está ainda numa fase inicial, com o serviço de Acção Social da câmara a convidar os proprietários a arrendar as quintas à autarquia


A Câmara Municipal de Arouca vai colocar famílias carenciadas em quintas abandonadas da região. Nesse sentido, está a ser feito um levantamento para aferir quantas quintas existem com condições de ser trabalhadas e com as casas de caseiro desocupadas.

A autarquia pretende arrendar essas propriedades aos respectivos donos e cobrar uma quantia aos novos residentes consoante os rendimentos por estes apresentados, à semelhança do que sucede no processo de atribuição de habitação social.

"A ideia é contratualizar as quintas com os proprietários e, a partir daí, ocupar famílias mais carenciadas que necessitem de um espaço para viver e para trabalhar", adianta o presidente da Câmara de Arouca, Artur Neves. Este projecto social é, no fundo, um reajuste de uma anterior intenção da autarquia de criar hortas biológicas em Arouca, inicialmente pensada para interessados do concelho mas também de fora. As alterações agora introduzidas pelo executivo camarário visam favorecer a população arouquense.

"Neste momento, Arouca não está a sofrer muito as consequências desta crise, não há empresas a fechar. Mas receio que a crise possa afectar os que regressam a Arouca e os habitantes que trabalham em fábricas nos concelhos vizinhos e que, eventualmente, possam ficar sem emprego", explica o autarca. "Este projecto é também uma forma de nos prepararmos para enfrentar os problemas económicos", acrescenta o autarca.

O processo está ainda numa fase inicial, com o serviço de Acção Social da câmara a analisar o interesse dos proprietários em arrendar as quintas desocupadas, mas com edifícios em condições de habitabilidade. Artur Neves acredita que, no próximo mês de Setembro, já poderá ver as primeiras famílias "realojadas". "A câmara assegura o aluguer das quintas e a família pagará uma renda simbólica em função da sua capacidade financeira", resume.