27.2.09

CCDR mobiliza 200 milhões para mudar núcleos urbanos e combater a crise do Norte

Abel Coentrão, in Jornal Público

Núcleos urbanos de aglomerados com menos de oito mil habitantes tiveram direito a 83 milhões de euros, numa espécie de minipolis para o Interior


A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) espera mobilizar até ao final deste ano 200 milhões de euros, de um total de 350 milhões que o Programa Operacional O Novo Norte dedica a projectos de regeneração urbana. Com o combate à crise nas entrelinhas, a equipa que gere a componente regional dos fundos europeus juntou aos 49 milhões de euros aprovados já em 2008, para iniciativas maiores, um bolo de 83 milhões, impulsionadores de investimentos de 118 milhões em 44 concelhos. E há mais a caminho.

O pacote de investimentos ontem aprovado, 49 no total, privilegiou os núcleos urbanos com menos de 8 mil habitantes, sendo por isso um mini-polis com intervenção nos espaços públicos, nas infra-estruturas e equipamentos. "Não é dinheiro para rotundas nem pavilhões desportivos", notou o líder da CCDR-N, Carlos Lage, que espera que as obras cumpram o objectivo primordial: ajudar a criar condições de atractividade, que fixem população nos núcleos urbanos médios e mais pequenos desta região que, como o país, tem uma demografia a pender demasiado para o litoral.

"O nosso conceito de cidade não se limita a contabilizar cabeças. Quisemos proporcionar a todos os aglomerados urbanos a possibilidade de aceder ao Programa Operacional Regional. Este é o traço original da política de cidade definida para o Norte", notou Carlos Lage, que assumiu de seguida, sem complexos, que a provação destas candidaturas visa também prosseguir as directrizes do Governo, favorecendo a actividade económica local e regional. Aliás, a CCDR-N espera que as obras cujo financiamento está já aprovado comecem ainda este ano, pelo que Lage pediu "pressa" aos municípios. "Sei que as câmaras municipais têm múltiplas solicitações e algumas têm margem de manobra financeira reduzida, mas para a aplicação de fundos comunitários podem recorrer a empréstimos bancários", alertou o presidente da CCDR-N. ´

Os 44 municípios beneficiados juntam-se ao Porto, Vila Nova de Gaia, Maia, Bragança, Guimarães, Chaves, Régua e Bragança que, no ano passado, tiveram acesso a um total de 49 milhões para operações de regeneração urbana. E, neste momento, há um novo período de candidaturas aberto, com um bolo de quase 70 milhões de euros, ao qual podem concorrer os restantes concelhos da região. Os resultados serão conhecidos nas próximas semanas.