23.2.09

PCP considera "muitíssimo grave" a situação do desemprego em Portugal

Lusa, in Publico

O PCP considerou hoje como "muitíssimo grave" a situação do desemprego em Portugal, no dia em que o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) revelou que em Janeiro se inscreveram nos centros de emprego 70.334 trabalhadores desempregados.

Os números do IEFP representam um aumento de 27,3 por cento em relação ao mês homólogo de 2008 e de 44,7 por cento quando comparado com Dezembro.

"A situação é muitíssimo grave embora não inesperada uma vez que foram recorrentes as notícias de encerramentos de empresas e de despedimentos", afirmou o líder parlamentar do PCP, Bernardino Soares, em declarações à Agência Lusa.

Para o PCP, os dados do IEFP vêm "contrastar com um certo contentamento que o Governo exprimiu quando foram divulgados dados do INE", divulgados na semana passada, segundo os quais a taxa média de desemprego registada em 2008 foi de 7,6 por cento, quando em 2007 tinha sido de oito por cento.

"Na altura, o PCP disse que seria muito negativo que o Governo procurasse aligeirar a realidade do problema, os números vêm confirmar os nossos receios e aquilo que é sentido por todo o país", referiu Bernardino Soares.

O PCP sublinhou, por outro lado, que "uma boa parte dos novos desempregados são fins de contratos precários", o que para o partido demonstra "as consequências de políticas que têm aumentado a precariedade" laboral.

"Esta situação vem acentuar mais uma vez a necessidade de se intervir na legislação que define os critérios de atribuição de subsídio de desemprego", defendeu o líder da bancada comunista, lembrando que, actualmente, "mais de metade do desemprego efectivo são desempregados sem subsídio de desemprego".

"Num momento em que desemprego atinge este nível tão alto, torna-se absolutamente insustentável manter estes critérios de acesso ao subsídio de desemprego", considerou, acrescentando que o PCP já propôs essa alteração por diversas vezes.

De acordo com os dados do IEFP, no final do mês passado estavam inscritos nos centros de emprego do continente e regiões autónomas 447.966 desempregados, número que representa 85,5 por cento de um total de 523.986 pedidos de emprego.

O IEFP adianta ainda que "o desemprego registado apresenta uma trajectória ascendente".