20.4.09

Ban Ki-moon lamenta ausências na conferência da Genebra

in Diário de Notícias

A Conferência da ONU sobre o racismo "Durban II" foi hoje inaugurada em Genebra, na ausência de uma dezena de membros importantes da comunidade internacional, nomeadamente dos Estados Unidos, lamentou o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.

O responsável da ONU, que se declarou "profundamente desiludido" com estas ausência, abriu a Conferência num clima de tensão devido a temores de derrapagens anti-semitas ligadas à presença do presidente iraniano Mahmud Ahmadinejad, que deve discursar ainda hoje na reunião.

"Estou profundamente desiludido. Algumas nações que, por direito, deveriam ajudar a traçar o caminho para um futuro melhor, não estão presentes", lamentou Ban, no seu discurso de abertura, no Palácio das Nações, em Genebra.

"Fora destas paredes, grupos de interesse de numerosas obediências políticas e ideológicas defrontaram-se num clima de acrimónia. Também eles deveriam estar connosco e falar", acrescentou.

Para Ban Ki-moon, a conferência, que se segue à reunião difícil e muito controversa de Durban, África do Sul, em 2001, deveria ser colocada sob o signo de "uma nova era de multilateralismo" e caracterizar-se por "menos confrontação e mais diálogo, menos ideologia e mais compreensão mútua".

Porque "nenhuma sociedade está imunizada" contra o racismo, "seja rica ou pobre", adiantou o secretário-geral.

O fenómeno pode assumir uma forma "institucionalizada, como o Holocausto nos recorda constantemente".

Contudo, o racismo pode manifestar-se de forma menos formal, "como o anti-semitismo ou, mais recentemente, a 'islamofobia'", sublinhou.

Num comunicado publicado antes da conferência, Ban "condenou a negação do Holocausto e os que minimizam a importância do Holocausto".

Na véspera da conferência, Ahmadinejad qualificou domingo Israel como "porta-estandarte do racismo".

Neste contexto, os Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia, Holanda, Itália e Alemanha anunciaram que não participariam na conferência.