20.5.09

Cavaco reconhece "grande aumento" nos números

in Diário de Notícias

O Presidente da República reiterou hoje que a situação do país é "muito difícil", com os números do desemprego a registarem um "grande aumento", mas escusou-se a fazer comentários concretos porque se está em período pré-eleitoral.

"Tenho-me pronunciado sobre essa matéria, mas na medida em que já estamos de alguma forma a viver um período pré-eleitoral não devo fazer comentários sobre a situação", afirmou o chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, quando questionado sobre os números do desemprego.

Cavaco Silva, que falava aos jornalistas na Base Aérea de Sintra, reconheceu, contudo, que a situação do país é "muito difícil".

Porém, sublinhou, a sua preocupação neste momento "está no futuro".

"Para onde vai Portugal, como é que nós estaremos, em que posição estará o país no final da crise internacional", interrogou o chefe de Estado.

Instado a comentar a polémica sobre a alegada manipulação do número de desempregados por erro do Instituto de Emprego e Formação Profissional, Cavaco Silva recusou fazer comentários, alegando não ter "informação segura nesse sentido".

Contudo, acrescentou, "já foi dito que não houve qualquer manipulação".

"O que eu disse e repito é que números do desemprego revelados pelo INE [Instituto Nacional de Estatística] ultimamente registaram um grande aumento e já disse que de acordo com a visão que existe da Presidência da República, tal pode significar que no trimestre anterior houve alguma subavaliação, o que é algo que não é anormal", referiu.

Por outro lado, sublinhou, o chefe de Estado deve também manter-se equidistante, em virtude do período pré-eleitoral que se vive.

"Por uma razão de equidistância, porque há um certo combate partidário e porque estamos a viver um período eleitoral eu não quero fazer comentários, pelo menos em público", declarou.

Na sexta-feira, o INE anunciou que a taxa de desemprego atingiu os 8,9 por cento no primeiro trimestre de 2009, o que representa um agravamento face aos 7,6 por cento do período homólogo de 2008.

VAM.

Lusa