17.5.09

Milhares pedem em Berlim e Praga protecção do emprego

João Manuel Rocha, in Jornal Público

Largas dezenas de milhares de manifestantes desfilaram ontem em Berlim e Praga, chamando a atenção para os problemas que o desemprego provoca e pedindo mais protecção do emprego. As manifestações foram uma resposta a um apelo da Confederação Europeia de Sindicatos (CES), que, entre quinta-feira e sábado, convocou acções de protesto em quatro capitais europeias.

A manifestação de Berlim reuniu largas dezenas de milhares de pessoas, segundo a polícia, perto de 100 mil segundo os sindicatos, e teve como mote: "Combater a crise, um pacto social para a Europa, os responsáveis têm de pagar".

O líder do sindicato dos metalúrgicos, IG Metall, Berthold Huber, defendeu, segundo a Lusa, a criação de um "gabinete para as actividades e o emprego", numa medida para enfrentar as consequências da crise. "Muitas actividades ficam ameaçadas se não houver um envolvimento e vontade política. Estão em jogo centenas de milhares de pessoas", declarou.

Em Praga, o líder do maior sindicato checo pediu "que se faça tudo o que for possível, incluindo estas manifestações a nível europeu, para não deixar que a crise seja usada contra aqueles que não são responsáveis por ela". Na manifestação, checos, alemães, polacos, eslovenos, italianos, franceses e trabalhadores e sindicalistas de outros países pediram "mais protecção para os trabalhadores" em tempo de crise.

A primeira as quatro manifestações ocorreu na quinta-feira em Madrid, com um número calculado em 50.000 pessoas, incluindo sindicalistas e trabalhadores portugueses. Na sexta-feira, em Bruxelas, concentraram-se, pelo menos, 40 mil pessoas, segundo a agência francesa AFP. Nas manifestações dos últimos dias estiveram envolvidas centrais sindicais de 22 países europeus, entre as quais as portuguesas CGTP e UGT.