14.6.09

G8 alerta que "é demasiado cedo" para reduzir estímulos à economia

por V.M., Diário de Notícias

Há sinais de estabilização, mas a situação ainda é "incerta" e existem "riscos significativos", concluem ministros das Finanças.

"Ainda é demasiado cedo para reduzir os esforços de relançamento da economia mundial, apesar de terem começado já a surgir alguns sinais de estabilização", avisou ontem Timothy Geithner, no final da reunião dos ministros das Finanças do Grupo dos Oito (G8), na cidade italiana de Lecce.

"A recuperação das bolsas, a descida das taxas de juro e uma melhoria da confiança dos consumidores e empresários são boas notícias. Mas a situação mantém-se incerta e ainda há riscos significativos para a estabilidade económica e financeira", refere, cauteloso, o relatório do G8.

À mesma hora, em L'Aquilla, os ministros da Economia do G8 prometiam "adoptar todas as medidas necessárias para conduzir a economia global por um caminho de crescimento forte e sustentável, pondo em marcha estímulos macro-económicos consistentes com a estabilidade dos preços e a sustentabilidade fiscal."

Para os ministros das Finanças, no entanto, "chegou a hora de pensar nas estratégias pós-crise", para contrariar os défices e sanear as finanças públicas. "Estas estratégias, que podem variar de país para país, são essenciais para assegurar uma retoma duradoura a longo prazo".

Mas reconhecem as grandes dificuldades. Até porque "o desemprego poderá continuar a subir, mesmo depois de se iniciar a retoma" e, por isso, será preciso "tomar medidas coerentes para reduzir o impacto da crise", através do reforço dos sistemas de protecção social, melhorando a flexibilidade dos mercados laborais e "desenvolvendo políticas activas de emprego."

Um apelo que não foi ouvido cá fora, nas ruas do centro histórico de Lecce, onde milhares de manifestantes protestavam contra a ganância e as fraudes do sistema financeiro que levaram à maior crise económica desde a II Guerra Mundial, de consequências sociais ainda incertas.