15.6.09

OIT pede aos governos medidas urgente

in Diário de Notícias

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) instou hoje os governos a tomarem com urgência medidas a favor do emprego para evitar uma crise que pode prolongar-se até depois da recessão mundial, na abertura da mini-cimeira sobre o emprego em Genebra.

"O mundo não pode permitir-se esperar que o emprego volte a arrancar alguns anos após a retoma económica", explicou o director do secretariado da OIT, Juan Somavia, ao inaugurar a cimeira onde são esperados durante o dia os presidentes francês e brasileiro Nicolas Sarkozy e Luiz Inacio Lula da Silva.

Para Somavia, "é preciso com a maior urgência iniciar um movimento de maior convergência" entre os países, que devem chegar a acordo sobre as medidas a implementar para contrariar uma crise do emprego que poderia durar entre quatro a cinco anos além da crise económica.

Para isto, a OIT preconiza a adopção de um Pacto Mundial para o Emprego que estará no coração da mini-cimeira que reunirá durante três dias uma dezena de chefes de Estado e de governo, ministros do Trabalho e representantes sindicais.

A ideia principal é de colocar o emprego e a protecção social no centro dos planos de relançamento. Actualmente, os governos prevêem consagrar a estas questões somente 10 a 15 por cento das despesas previstas nestes instrumentos.

"O nosso objectivo é pôr em prática as medidas recomendadas pelo Pacto Mundial para o Emprego para acelerar a retoma e coordenar internacionalmente as medidas de modo a que ninguém seja deixado de lado ou para trás", insistiu Somavia.

Segundo as previsões mais negras do secretariado da OIT, o número de desempregados no mundo deverá sofrer um agravamento sem precedentes em 2009, com 39 a 59 milhões de desempregados a mais do que em 2007.

Na base de uma contracção da economia mundial de 1,3 por cento prevista pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), a organização aponta doravante para um recorde absoluto de 210 a 239 milhões de desempregados no planeta para o ano em curso, ou seja uma taxa de desemprego entre 6,8 e 7,4 por cento.