16.9.09

Plataforma Pobreza Zero quer angariar fundos para acabar com desemprego

in Público Última Hora

Num bairro problemático de Oeiras existe um projecto-piloto para combater o desemprego dos jovens. A iniciativa partiu da Plataforma Pobreza Zero, que agora quer angariar fundos que permitam desenvolver programas semelhantes em todo o país.

A Plataforma Pobreza Zero vai realizar cerca de 40 acções durante o próximo mês. Entre os principais objectivos da campanha está a transformação da mentalidade das pessoas: "queremos que as pessoas sintam que são capazes de mudar o mundo", explicou Bruno Neto, coordenador do programa.

O responsável acredita que as acções de sensibilização vão chegar a cerca de 100 mil pessoas, mas para a vitória do projecto basta saber que "um dos participantes se envolveu posteriormente num projecto social ou em actividades no seu bairro".

Sob o slogan "A pobreza não é uma Moda. Levanta-te contra esta tendência", a campanha será desta vez dirigida especialmente aos mais novos de Lisboa, Cascais e Oeiras.

"Há uma franja da sociedade que quer fazer um pouco mais, mas não tem tido grandes formas de o fazer", explicou, acrescentando que é preciso "que os jovens percebam que pertencer à campanha Programa Zero é um modo de identificação com uma determinada causa".

Bruno Neto quer que as pessoas "não se sintam derrotadas" a pensar que "não são capazes de mudar o mundo": "O mundo muda-se pela pró-actividade de querer mudar as coisas".

Ao mesmo tempo que sensibiliza a população para a importância de combater a pobreza, a campanha vai tentar angariar fundos para concluir os dois projectos-piloto que lançou em Oeiras e Moçambique, assim como lançar muitos outros um pouco por todo o país.

A plataforma espera conseguir apoiar no próximo ano "entre seis e 12 projectos em Portugal", mas essas acções estão "dependentes do que acontecer durante este mês", ou seja, da força da campanha e do número de pessoas que se envolvam.

O projecto do Programa Pobreza Zero realizado em Oeiras, no Bairro dos Navegadores, juntou à mesma mesa responsáveis da autarquia e da associação de moradores e empresas do concelho. Agora vão "trabalhar na formação e qualificação de jovens para haver um processo de empregabilidade local e criação de micro empresas", explicou.

Para Bruno Neto, as empresas são "fundamentais" neste processo, já que é a elas que cabe a responsabilidade social de "ajudar na formação e entrada de pessoas qualificadas no mercado de trabalho".

A plataforma está ainda a estudar a possível criação de uma pequena biblioteca para as crianças do bairro.

Já em Moçambique, o projecto realizado em colaboração com a Oikos e com uma cooperativa local ligada à agricultura pretende melhorar as condições de vida dos agricultores locais.

Conseguindo melhores materiais de agricultura e dando apoio à micro produção, a plataforma acredita que será possível ver crescer o rendimento das famílias para que "os filhos dessas mulheres possam ir à escola”.