18.12.09

Dezenas de pessoas marcharam contra a pobreza em Lisboa

in iInformação

A marcha contra a pobreza antecipa o Ano Europeu de Combate à Pobreza e Exclusão Social em 2010 João Relvas/Lusa 1/1 + fotogalería .Várias dezenas de pessoas participaram hoje, em Lisboa, na Marcha contra a Pobreza, uma iniciativa da associação CAIS que pretendeu chamar a atenção para um problema que afecta cerca de dois milhões de portugueses.

A concentração começou no Largo Camões, e daí, ao som de um grupo de tambores, muitas pessoas caminharam pelo Chiado, passando pela rua Garrett, em direcção ao arco da Rua Augusta, já próximo da Praça do Comércio, onde se encontra uma réplica da laje da Praça do Trocadero, em Paris, em honra das vítimas da fome, da ignorância e da violência.

A marcha pretendeu "chamar a atenção para a pobreza e a exclusão que vivemos em Portugal. Não é nada de novo mas é algo que se tem vindo a agudizar, a tornar mais insuportável em 2009, em que estamos com cerca de 700 mil desempregados, dois milhões de pessoas no limiar da pobreza e se não fossem as transferências sociais teríamos uma percentagem de 41 por cento", disse à Lusa o director-executivo da CAIS.

No entender de Henrique Pinto, esta situação não é apenas resultado da actual crise socio-económica, que afecta todo o mundo, mas também da recessão económica em que o país "se vê mergulhado já há muito tempo" e a uma "péssima distribuição da riqueza".

Para o director-executivo da CAIS, importa agora que, para além das ajudas do Estado, as pessoas tenham em si a cultura da ajuda e da solidariedade. "É um problema que passa por uma educação em casa e na escola porque se não nos for dito que a nossa vida é tanto ou mais feliz na medida em que se dá aos outros, nós viveremos sempre na indiferença e não nos faz qualquer tipo de impressão, não nos impressiona a historia de outros que possam ter que ver com a pobreza e a exclusão social", apontou Henrique Pinto.

Já na rua Augusta, tempo de ouvir a "Ode do Pão", do escritor chileno Pablo Neruda, para depois todos fazerem um minuto de silêncio.

Apesar da organização da marcha ser da responsabilidade da CAIS, contou com a participação da Amnistia Internacional, da Assistência Médica Internacional (AMI), da Comissão Nacional Justiça e Paz, da Comissão Social da Junta de Freguesia de Santos-o-Velho, da Fundação Obra do Ardina, da organização Médicos do Mundo, da associação O Companheiro e da Rede Europeia Anti-Pobreza.