19.2.10

Mais queixas de violação e abuso sexual

Ivete Carneiro, in Jornal de Notícias

Denúncias globais reduziram na Associação de Apoio à vítima


A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima abriu mais processos em 2009 do que no anterior, apesar de ter registado menos crimes, devido à diminuição de queixas de violência doméstica. Contudo, entre estes, os homicídios duplicaram e as violações subiram 5%.

Em 2008, a APAV registou 132 queixas de violação. No ano passado, foram 139, o que representa uma subida de 5,3%. Este é um dos dados de destaque nas estatísticas de 2009, ontem publicadas no site daquela associação. A par das denúncias de homicídio: de sete passaram para 16, ou seja, mais 128,6%. Subiram ainda as queixas de abusos sexual (3,5%, de 113 para 117).

Não obstante estas subidas - que abarcam os crimes mais graves -, as denúncias de violência domésticas diminuíram 5,5%, para 15 904. Uma vez que representam 90,3% do total de queixas registadas, a sua descida reflectiu-se no total de crimes contabilizados pela APAV (menos 5,6%, de 18 669 para 17 628).

No ano passado, foram 7 639 os pedidos de apoio para todo o tipo de crimes, dos quais resultaram 10 132 processos, uma aumento de 1,3% face a 2008. Apesar de em minoria, outros crimes revelam crescimentos preocupantes. É o caso do lenocínio (dez, mais 150%), da prostituição de menores (quatro, mais 100%), do rapto e sequestro (51, mais 41,7%), auxílio e angariação da imigração ilegal (sete, mais 40%), tráfico de pessoas para exploração sexual (oito, mais 33%). Fazem todos parte dos crimes contra as pessoas e humanidade, que totalizaram 1227 casos.