23.2.10

Precários são um terço dos desempregados

Alexandra Figueira, in Jornal de Notícias

Fim de contratos a prazo ou de "falsos recibos verdes" são principal causa


Os trabalhadores precários, sejam eles contratados a prazo ou pagos contra um recibo verde, são os principais atingidos pelo desemprego. Entre as pessoas que se foram inscrever aos centros de emprego em Janeiro, um terço provinha da fileira dos precários.

No mês passado, quase 70 mil pessoas acorreram a um centro de emprego para se inscreverem como desempregadas (ligeiramente menos do que em Janeiro do ano passado) e a maioria fê-lo por ter acabado um trabalho precário. Quem o diz é o Instituto do Emprego e da Formação Profissional (IEFP), que refere que, só no Continente, mais de 24 mil precários ficaram no desemprego, em Janeiro, quase metade dos quais a viver na região de Lisboa.

A segunda maior causa de desemprego foram os despedimentos e, aqui, foi a região Norte a mais afectada. Em terceiro lugar entre os mais sujeitos a desemprego esteve quem acabou estudos, seja do sistema de ensino regular, seja de formação profissional.

Ter mais formação, contudo, parece não ter ajudado os desempregados, em Janeiro, já que as pessoas com maior grau de instrução foram as mais atingidas pela falta de trabalho. Por exemplo, o desemprego disparou 30% entre quem tem o secundário, enquanto que subiu apenas 11,5% entre as pessoas só com o primeiro ciclo do ensino básico.

Além disso, metade dos desempregados inscritos tinha frequentado, pelo menos, o sétimo ano de escolaridade.

No global, os centros de emprego contavam, em Janeiro, com 560 mil desempregados, a que se somam quase 47 mil pessoas que estavam a trabalhar mas que procuravam um emprego melhor. Isto apesar de a larga maioria das colocações no mercado de trabalho feitas pelo IEFP ser em profissões não qualificadas que, por norma, recebem salários baixos.