23.4.10

Fernando Nobre aponta limites para reformas no sector público

Oeste online

Fernando Nobre no CCC das Caldas reuniu mais de uma centena de pessoas
O presidente da AMI e candidato à Presidência da República, Fernando Nobre, reuniu, na conferência “Cidadania-Todos somos responsáveis”, nas Caldas da Rainha, mais de uma centena de pessoas que o ouviram defender reformas, no sector público, entre os 500 e os cinco mil euros.

Fernando Nobre, insistindo que falava na qualidade de presidente da AMI, insurgiu-se com a existência de figuras públicas a acumular várias reformas e o ordenado.

“Tem que haver limites para salários e reformas”, apontou.

“Não podemos estar num país onde há pessoas públicas, a receberem uma, duas, três reformas vitalícias, a terem o seu ordenado ainda por cima, e, depois, há pessoas com reformas baixinhas que, se têm necessidade de trabalhar, vêem reduzida a reforma”, afirmou o presidente da AMI e candidato à Presidência da República, recusando “citar nomes”, mesmo quando questionado pelos jornalistas no final do encontro.

Fernando Nobre apontou níveis de “pobreza estruturada é provavelmente na ordem de 40%”, contra os 18% das estatísticas.

“Há outros vinte por cento, pelo menos, que só não estão nos índices de pobreza, porque recebem o complemento social de idoso, o rendimento social de inserção, enfim, todas essas muletas que lhe permitem pôr a cabeça um bocadinho fora de água”, sublinhou o médico, numa intervenção em que respondeu a questões que lhe foram colocadas pelo público.

“Estas pessoas (40% pobreza) não participam na economia do país”, alertou. “Enquanto português, tenho vergonha que o nosso país tenha pobreza”, afirmou ainda.

Fernando Nobre fez vários apelos ao exercício da cidadania, sublinhando que “a responsabilidade de ser cidadão é dar-se ao respeito”. “Quero que nos respeitem que nos dignifiquem e isso só se faz com cidadania responsável, combativa, exigente”, sublinhou.

Evocando e exaltando, por diversas vezes, o passado histórico dos portugueses e que “Portugal tem a dimensão do mundo”, Fernando Nobre considerou o “desconhecimento histórico assustador”.

“Não há razões para sermos pessimistas, temos comunidades no mundo inteiro com 150 e 350 anos que estão sedentas de contacto com Portugal e temos que olhar Portugal como um Mundo”, defendeu.