22.4.10

Março 'produziu' mais 10.439 desempregados

in Diário de Notícias

O número total de de-sempregados inscritos nos centros de emprego continuou a subir em Março: 1,9% face a Fevereiro e 18,1% contra o mesmo mês do ano passado. São agora 571 754 as pessoas que não têm trabalho, segundo os dados do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), ontem divulgados, que dão conta de mais 10 439 novos inscritos, o que revela uma subida de 17,1% em relação ao mês anterior, sendo no entanto um decréscimo de 2,1% face a Março de 2009.

A procura de novo emprego justificou 92,7% dos registos. Foi no Algarve e na Madeira que se registaram os maiores aumentos homólogos, de 35,8% e de 33,8% , respectivamente. Em contrapartida, na variação mensal, reflectindo já os efeitos sazonais, os desempregados diminuiriam 1,3% e nos Açores baixaram mesmo 5,9%. Mas aquelas duas regiões foram uma excepção no quadro nacional, em que o desemprego subiu "em ambos os géneros, com uma variação de 23% nos homens e de 14,1% nas mulheres". A mesma tendência verificou-se em todos os sectores, com excepção dos "profissionais de nível intermédio de ensino". Mas foi no grupo dos agricultores e pescadores que se deu o maior agravamento (mais 41,3%) e no dos "operários e trabalhadores similares da indústria extractiva e construção civil", em que o número de inscritos aumentou 38,5%. O Ministério do Trabalho considera que os dados mostram uma "desaceleração do crescimento" e lembra que a evolução em Março está em linha com o esperado. O secretário de Estado, Walter Lemos, lembrou que "há seismeses consecutivos que temos uma quebra no número de novos inscritos", e argumentou que, "tendo em conta que agora começou a crescer o número de colocações, fácil é concluir que, mantendo-se este perfil, rapidamente teremos uma quebra do total". Questionado sobre as previsões do FMI (texto acima), que apontam para os 11% este ano e para uma descida para os 10,3% em 2011, Valter Lemos afirmou que todos os dados que tem apontam para a manutenção das projecções em 9,5%.