19.7.10

Muro separa comunidade cigana da cidade de Beja

in RR

Moradores do Bairro da Pedreira também se queixam da falta de condições nas casas e nas ruas.

Um muro à volta de um bairro que acolhe famílias ciganas está a provocar polémica em Beja. Os moradores do Bairro das Pedreiras falam em más condições das casas e das ruas e pedem soluções.

As casas estão degradadas e, apesar de pequenas, acolhem agregados com oito, nove ou dez pessoas. "Isto parece uma selva. Tem baratas, tem cobras, tem ratos, tem vários bichos aqui. Não podemos viver nesta miséria. Eu tenho crianças pequenas e, há cerca de um mês, mataram aqui uma cobra muito grande. Isto não pode ser assim”, diz Mara Cardas, moradora do Bairro das Pedreiras.

Mariana Rosa dirige as suas críticas ao “muro da vergonha”, uma parede com cerca de 100 metros de comprimento e dois metros de altura que divide o bairro do resto da cidade. A autarquia de Beja está a acompanhar a situação, mas não admite derrubar o muro de cimento.

Para a alta comissária para a imigração e diálogo inter-cultural, Rosário Farmhouse, é preciso promover o contacto e esclarecimento entre as comunidades, desde logo para quebrar a exclusão. “Há uma taxa de exclusão bastante elevada, embora as crianças estejam a ir à escola. Há, inclusive, um autocarro da autarquia que vai buscar as crianças ao bairro e que as leva à escola, mas há todo um caminho a ser feito de acompanhamento desta comunidade, para uma maior integração”, sublinha Rosário Farmhouse.

As crianças, algumas, ainda vão à escola. Quanto aos adultos do Bairro das Pedreiras, em Beja, são poucos os que têm emprego na comunidade exterior ao muro.