20.11.10

"Combate à pobreza deve ser desígnio nacional"

in Jornal de Notícias

A secretária de Estado Adjunta e da Reabilitação, Idália Moniz, disse hoje, sábado, que o combate à pobreza e à exclusão social deve ser um desígnio nacional, mas rejeitou a criação de situações de alarme social.

"Acho que não podemos ser alarmistas", afirma Idália Moniz

"Acho que nós não podemos ser alarmistas e criar situações de alarme social, acho que temos que ser muito conscientes, acompanhar as situações com grande responsabilidade e com grande sentido de justiça social, olhando para as desigualdades, olhando para as famílias e utilizando os recursos que neste momento temos à nossa disposição", afirmou à Lusa Idália Moniz.

Na Nazaré, onde participou na Universidade de outono da Federação Distrital de Leiria da Juventude Socialista, que discute a pobreza e exclusão social, Idália Moniz considerou que o combate a estas duas problemáticas não é apenas um desígnio do Estado.

"Não é matéria apenas do Estado, não é matéria apenas das organizações, deve ser um desígnio de todos os cidadãos", declarou, sustentando que, neste trabalho, todos são "imprescindíveis neste momento" e "o país precisa do empenho de todos".

A governante adiantou que um desafio actual passa, além da intervenção "de forma reparadora naquelas situações de pobreza e de exclusão social que se vêm arrastando por gerações", pela atenção aos "novos fenómenos de exclusão social", manifestando disponibilidade "para intervir", sempre com a noção de que "os recursos são limitados".

Para a secretária de Estado a responsabilidade social do Estado deve ser activa e efectiva, mas sustentável e rigorosa.

"Não podemos ser coniventes com situações de fraude e depois vir dizer que determinada prestação não deve ser desenvolvida porque existe demasiada fraude", observou, exemplificando com o Rendimento Social de Inserção.

Para Idália Moniz, este apoio social é "geralmente" visto como "a prestação que é dada a quem não quer trabalhar e que é alimentada por aqueles que trabalham".

"Nós não podemos tomar esta atitude", declarou, sublinhando que se trata da "prestação social que tem o menor índice de fraude", sendo "talvez das mais escrutinadas".

A responsável acrescentou que "é um desígnio do Estado gerir com rigor, gerir com uma noção de justiça social muito grande, mas é um desígnio de todos nós trabalharmos e mantermos uma atitude responsável, inflexível para com as situações de fraude".

Idália Moniz convidou à denúncia de eventuais situações de fraude, mas também à solidariedade.

"Se as conhecemos que dêmos nota a quem de direito e depois solidários com aqueles que precisam também do nosso olhar", disse ainda Idália Moniz.