19.11.10

"Take a Step"

por Carla Bretão, in a União

Ano 2010, “Ano Europeu do Combate à Pobreza e à Exclusão Social”. Abraçou este ano, quase a chegar ao fim, uma das mais duras responsabilidades. Declarado que foi 2010, pela União Europeia, um ano de combate a uma preocupação real, sem espaço nem sentido num território e numa organização que visam o crescimento económico, com mais e melhores empregos e maior coesão social, não deixa de ser irónico que, precisamente, este ano, que se queria de apoio às acções comunitárias de combate a um flagelo, seja o mesmo ano em que a austeridade nos bate à porta. O ano das medidas de contenção, que atingem mais uns de que outros. O ano em que muitas famílias se sentiram mergulhar na pobreza. O ano em que muitos, não podendo apertar mais os cordões à bolsa, decidem procurar ajuda. Qual ajuda?! Aquela que lhes proporciona bens alimentares. É disso que se trata... pagas algumas contas, faltam, a muitas famílias, bens essenciais para a sobrevivência do dia-a-dia...

Passados 10 anos sobre o reconhecimento, pelo Conselho Europeu, de que a pobreza e a exclusão social tinham atingido níveis inaceitáveis e o convite expresso aos Estados Membros para a tomada de “medidas com impacto decisivo no que respeita à erradicação da pobreza até 2010”, passado quase dois anos da declaração do ano 2010 como ano europeu de combate à pobreza e à exclusão social e chegado que está o final do ano, só podemos assumir que se falhou redondamente...

No site oficial do Ano Europeu de Combate à Pobreza, somos desafiados a agir, simbolicamente, submetendo uma declaração: “yes, I will take a step to help change their lives!”

Hoje, mais perto de nós, do que alguns talvez possam imaginar, existem famílias que necessitam de ajuda para a sua alimentação. A afluência à Caritas Diocesana tem sido muita e os fundos poucos para proporcionar cabazes mínimos de apoio. Sim, qualquer um de nós pode fazer a diferença nestas vidas assaltadas por uma crise que tem “donos”, mas que raramente são castigados...

Ajude a Cáritas a angariar fundos para que possam adquirir bens de primeira necessidade que, de certeza, irão fazer a diferença na vida de muitas famílias. Para uma parcela, felizmente ainda significativa, das pessoas que vivem no nosso meio um euro por mês não representa muito. É aquela moeda que, por vezes, fica esquecida no carro, para colocar no próximo parquímetro, ou mesmo no fundo da mala. Esse euro, somado a muitos outros e entregue à Cáritas, pode significar muito para alguma família. Junte-se ao Grupo de Amigos criado pela Cáritas da Ilha Terceira, ou simplesmente ajude a Cáritas da sua Ilha a ajudar os outros.

Cada um de nós tem um papel na sociedade, do tamanho do sentido de responsabilidade e da solidariedade que implica viver em comunidade.