26.12.10

Pobreza: Carenciados de meios urbanos dependem mais de instituições estruturadas

in Correio do Minho

O apoio de instituições permite a sobrevivência de muitos pobres e carenciados nas cinturas urbanas de Lisboa e Porto, compensando o desenraizamento com a solidariedade.

Aos 32 anos, desempregada de longa duração e mãe solteira de três filhos, Ana Paula (nome fictício) vive com uma bolsa de 249 euros do centro de emprego por se encontrar a frequentar um curso profissional.

A ajuda de amigos e familiares e da Junta de Freguesia de Monte Abraão, Sintra, que lhe garante ajuda alimentar uma vez por semana e a colocação do filho mais novo numa creche privada da freguesia, permitem a sobrevivência do seu agregado familiar, uma vez que a verba que recebe mensalmente não chega para pagar os 250 euros de renda.

Esta cabo-verdiana naturalizada portuguesa conta ainda com o apoi o da autarquia de Sintra, que garante o almoço gratuito dos dois filhos que atualmente se encontram a estudar, mas vive dias difíceis, ciente de que as respostas sociais não chegam para a sobrevivência.

“É uma boa ajuda e acredito que isso ajude muita gente. Isto está difícil e conheço muitas pessoas na mesma situação que eu. Se não fosse a Junta a colocar o meu filho na creche eu não conseguia sequer estar a tirar a formação para mais tarde arranjar um emprego”, disse.

A realidade do agregado familiar de Ana Paula é semelhante a milhares de casos existentes nas grandes cidades, de famílias jovens desestruturadas, com muitos filhos e a sofrer com o desemprego, muitas vezes de longa duração.