20.12.10

Portugueses dispostos a dar a(s) mão(s)

in OJE

Estamos a viver o último mês dedicado ao Ano Europeu de Combate à Pobreza e Exclusão Social.

Num mundo ideal, seria extremamente gratificante que, com o final desta efeméride, a pobreza tivesse igualmente tido o seu fim. Como sabemos, 2010 foi realmente um ano em que a pobreza atingiu um número recorde não só de "menções", como também de pessoas que se deparam com ela. E 2011 foi proclamado Ano Europeu do Voluntariado.


Os dados existentes relativos a esta realidade datam de 2001, altura em que o Conselho Nacional para a Promoção do Voluntariado avaliava em um milhão e meio o número de voluntariados, entre activos e esporádicos. O próximo ano servirá também para actualizar este registo que cifra em cerca de 500 mil os portugueses que, activa e consistentemente, dedicam parte do seu tempo a esta actividade de cidadania. Não é preciso ser-se especialista para afirmar que 2011 será um ano muito difícil. A boa notícia é que tudo aponta para que a generosidade dos portugueses, nomeadamente traduzida em acções concretas que vão além do mero donativo, irá aumentar com a crise. Prova disso foram algumas iniciativas recentes que comprovam esta tendência.


O Banco Alimentar bateu o seu recorde não só de alimentos recolhidos, mas também de voluntários envolvidos. Trinta mil pessoas, entre crianças, jovens e adultos, fizeram "fila" para ajudar nos dois dias da iniciativa. Notícia foi também o número revelado pela Bolsa de Voluntariado que tem 15 mil voluntários inscritos no seu website e que, até agora, já ajudou 800 organizações. No que respeita ao voluntariado empresarial, e de acordo com dados do programa GIRO, promovido pelo Grupo de Reflexão e Apoio à Cidadania Empresarial, desde 2006 foram 2 mil os voluntários de empresas que ajudaram 8 mil beneficiários. Só este ano, foram mais de 400 voluntários que arregaçaram as mangas. Que neste "novo ano", o voluntariado seja capaz de crescer muito mais do que os dele necessitam e que sirva, igualmente, para plantar a semente da entreajuda entre os mais novos. Porque ajudar não tem idade.