30.3.11

Cavaco confessa "admiração imensa" por Lula da Silva

in Jornal de Notícias

Cavaco salientou a luta contra a pobreza levada a cabo por Lula da Silva


O presidente da República, Cavaco Silva, confessou esta quarta-feira "uma admiração imensa" por Lula da Silva, por ter conseguido na presidência do Brasil conciliar o desenvolvimento com o combate à pobreza.

"Além de ser um grande amigo de Portugal, foi um grande Presidente do Brasil", afirmou na Universidade de Coimbra, no termo da cerimónia de doutoramento honoris causa daquele ex-chefe de Estado Brasileiro.

Para Cavaco Silva, Lula da Silva "teve uma projecção internacional notável", de que os portugueses se orgulham.

"Conseguiu conciliar o crescimento com a correcção das desigualdades e combate à pobreza. Por isso tenho uma admiração imensa, tal como os portugueses têm uma admiração imensa pelo presidente Lula da Silva", acentuou.

Questionado por um jornalista se seria possível aprender com Lula da Silva para pôr em prática na governação em Portugal, o Presidente da República português respondeu com gargalhadas.

Cavaco Silva lamentou o "acontecimento triste" da morte do ex-vice-Presidente José Alencar, que obriga ao regresso antecipado da presidente Dilma Rousseff ao Brasil, tal como a Lula da Silva, impedindo-a de estar mais esta tarde em Portugal.

"De qualquer forma é inesquecível este momento em que Lula da Silva recebe o Prémio Norte-Sul, ontem, e hoje é um dos membros da academia de Coimbra", realçou.

Cavaco Silva disse ter "uma satisfação enorme, uma honra, por estar associado a esta cerimónia", concluiu.

Lula da Silva junta-se a mais cinco ex-Presidentes do Brasil doutorados honoris causa pela Universidade de Coimbra, que em 2008 foi inspiradora da criação do Grupo de Coimbra das Universidades Brasileiras, agregando meia centena das mais prestigiadas instituições.

Desde Tancredo Neves, que recebeu a homenagem em Coimbra 15 dias depois de ser eleito, a 30 de Janeiro de 1985, a universidade distinguiu todos os titulares da presidência do Brasil à excepção de Fernando Collor de Mello e Itamar Franco, ambos do Partido da Reconstrução Nacional, que estiveram no poder de 1990 a 1995.

Tancredo Neves e José Sarney (1986), tal como agora José Inácio Lula da Silva, receberam as insígnias da Faculdade de Direito, mas Fernando Henrique Cardoso (1995) viu atribuído o grau honorífico pela Faculdade de Economia, que assim quis realçar a sua faceta de cientista social.

João Café Filho (1955), Juscelino Kubitschek de Oliveira (1960), ambos pela Faculdade de Direito, foram outros presidentes do Brasil "honoris causa" pela Universidade de Coimbra.