30.3.11

Confiança dos consumidores sobe e das empresas desce

in Diário de Notícias

A confiança das empresas voltou a "diminuir ligeiramente" em Março, penalizada pelas perspectivas de produção, enquanto a confiança dos consumidores aumentou, impulsionada pelo "contributo positivo" das expectativas relativas ao desemprego, revelou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Segundo os últimos dados dos inquéritos de conjuntura às empresas e aos consumidores, o indicador de clima económico voltou a diminuir ligeiramente em Março, mantendo o perfil descendente iniciado em Julho de 2010, tendo "todos os indicadores de confiança sectoriais" apresentado agravamentos. Já o indicador de confiança dos consumidores "aumentou nos últimos dois meses, interrompendo o movimento negativo iniciado em Novembro de 2009".

Na indústria transformadora, o indicador de confiança "diminuiu ligeiramente" em Março, contrariando o aumento dos dois meses anteriores, sobretudo devido ao "contributo negativo das perspectivas de produção". Neste sector, as opiniões sobre a procura global e os 'stocks' de produtos acabados "contribuíram positivamente", tendo também as apreciações sobre a procura externa mantido uma trajectória ascendente, contrariamente à procura interna.

No sector da construção e obras públicas, o indicador de confiança "manteve a trajectória negativa observada desde Junho de 2008", tendo mesmo atingido um novo mínimo histórico para a série iniciada em 1997. Um comportamento que, nos últimos dois meses, o INE atribui à diminuição quer das opiniões sobre a carteira de encomendas, quer, sobretudo, às perspectivas de emprego.

Quanto ao indicador de confiança do comércio diminuiu em Março, após ter estabilizado no mês anterior, "reflectindo o agravamento observado no subsector do comércio por grosso", já que no comércio a retalho voltou a aumentar.

Nos serviços, o indicador de confiança também diminuiu em Março, "contrariando o aumento registado no mês anterior" devido à deterioração das opiniões sobre a carteira de encomendas e as perspectivas de procura dirigida à empresa".

Relativamente ao indicador de confiança dos consumidores, o comportamento positivo registado em Março "deveu-se ao contributo positivo de todas as componentes, mais expressivo no caso das perspectivas relativas ao desemprego", refere o INE.

"Contudo - acrescenta - considerando valores mensais, sem a utilização de médias móveis de três meses, o indicador de confiança dos consumidores diminuiu no mês de referência".

Este aumento "ligeiro" em Fevereiro e em Março interrompeu "o acentuado perfil descendente iniciado em Novembro de 2009" e resultou das melhores perspectivas relativas ao desemprego, embora também as expectativas relativas à evolução da situação financeira do agregado familiar tenham recuperado".

Também as perspectivas de evolução da poupança "retomaram o ligeiro movimento ascendente registado em Janeiro", enquanto "o saldo das expectativas sobre a evolução da situação económica do país aumentou nos últimos dois meses, mas de forma ténue em Março", concluem.