30.3.11

Vieira da Silva assegura "sustentabilidade" dos bancos

in Diário de Notícias

O ministro da Economia, Vieira da Silva, admitiu hoje que a actual conjuntura económica e financeira do país não é a mais favorável para os bancos portugueses, mas garantiu que o sistema financeiro mantém a sua resistência e sustentabilidade.

"As condições para que os bancos cumpram a sua missão de financiamento à economia são mais desfavoráveis, mas não estamos numa situação de não financiamento", considerou o governante, acrescentando que "o sistema financeiro português vai continuar a funcionar com resistência e sustentabilidade".

Numa declaração no Ministério da Economia, em Lisboa, o ministro recordou que "com as exceções conhecidas [Banco Português de Negócios (BPN) e Banco Privado Português (BPP)], os bancos portugueses resistiram de forma sólida à primeira vaga da crise financeira", sublinhando que, no auge da crise, no final de 2008, "o Estado desempenhou um papel importante para a sustentabilidade do sistema financeiro".

Vieira da Silva reforçou que "os bancos portugueses superaram os testes de resistência feitos em 2010 e essa continua a ser a sua situação".

"O reforço da incerteza [desde o chumbo do Plano de Estabilidade e Crescimento (PEC)] afetou as instituições financeiras, mas não julgo que estamos numa situação de injeção generalizada de fundos públicos na banca privada, como aconteceu noutros países", acrescentou.

Sobre a hipótese de a Caixa Geral de Depósitos (CGD) vir a ser privatizada, Vieira da Silva salientou que "esse é um debate antigo e uma possibilidade que chegou a ser defendida por Passos Coelho [presidente do maior partido da oposição] nas eleições do PSD de há um ou dois anos, mas ele foi corrigindo essas questões".

O ministro explicou que "é pouco adequado colocar esse tipo de alternativa, até porque Portugal precisa de um banco público".

E reforçou: "A CGD desempenha um papel positivo no conjunto do sistema financeiro português, que tem vários bancos privados com capital externo".