26.4.11

Médicos da Galiza emigram para Portugal por "más condições" na região espanhola

in Público on-line

Estudantes de medicina da Galiza estão a emigrar para Portugal onde esperam concluir a sua formação e, eventualmente, exercer como médicos, devido ao que dizem ser as “más condições” nesta autonomia espanhola, noticia hoje um jornal da região.

Um dos motivos da fuga dos estudantes é o facto de as provas em Portugal serem “mais acessíveis”, dizem os responsáveis galegos (Paulo Pimenta)

A situação é hoje destacada pelo jornal Faro de Vigo que refere que actualmente mais de 300 galegos estão em Portugal para preparar o MIR – exame com que obtém o título de especialista – e, eventualmente, para se estabelecerem no país.

O Colégio de Médicos da Galiza explica que o “descontentamento” que já se sentia entre os médicos alarga-se agora aos estudantes do sector, com mais de 300 galegos a estudar no Norte de Portugal.

Dados fornecidos pela Ordem dos Médicos, refere esta associação galega, e que traduzem um fenómeno crescente entre os docentes do sector.

Muitos dos alunos, explica Luis Campos Villarino, um dos responsáveis do Colégio galego, acabam por não voltar para a Galiza, ficando integrados nas estruturas médicas portuguesas.

Citado pelo jornal galego, Villarino explica que um dos motivos da fuga dos estudantes é o facto de as provas em Portugal serem “mais acessíveis”, com mais oportunidades de acesso à especialidade que desejam.

Áreas como cirurgia plástica, pediatria, cardiologia ou dermatologia oferecem mais oportunidades em Portugal que na Galiza, onde a concorrência é maior, insiste.

“O reconhecimento social e laboral dos médicos também continua a ser maior no Norte de Portugal do que na Galiza”, sublinha Villarino.

Entre as muitas queixas acumuladas pelos médicos da Galiza está o recente catálogo galego de medicamentos, uma lista já criticada pelo próprio Ministério da Saúde e que está actualmente à espera de uma sentença do Tribunal Supremo.

Problemas na regulamentação da carreira e as dificuldades de acesso a algumas especialidades são outras das queixas.