26.5.11

14% dos trabalhadores portugueses sofreram cortes ou perderam direitos

Cristina Lai Men, in TSF

O estudo internacional, feito em 29 países, indica também que os portugueses são dos que se sentem mais pressionados e stressados, sendo os jovens os mais preocupados e desiludidos

A agência de estudos de mercado GFK Metris realizou um estudo em 29 países, entre os quais Portugal, onde foram entrevistados 547 trabalhadores, entre 11 e 22 de Fevereiro.

Uma das conclusões deste estudo indica que os trabalhadores portugueses são dos que se sentem mais pressionados e stressados a nível internacional, sendo os jovens os mais preocupados e desiludidos.

Mais de um terço dos jovens foram forçados a aceitar empregos de que não gostavam, 37 por cento acabaram numa carreira diferente da que tinham escolhido e a culpa dizem, é da crise.

Os jovens estão assim, desiludidos e preocupados. Quarenta por cento confessam estar preocupados com a relação entre a vida profissional e privada, além de frequentemente em stress.

Portugal é mesmo dos países onde os trabalhadores têm mais dificuldades em lidar com o stress e equilibrar a esfera pessoal e profissional: 41 por cento dos inquiridos queixam-se destas dificuldades, mais dez por cento do que a média internacional.

Um em cada dez trabalhadores receia ainda perder o emprego nos próximos 12 meses e quase 15 por cento revelam que sofreram cortes nos salários ou noutros benefícios financeiros, por exemplo, no carro ou telemóvel da empresa.

Alguns trabalhadores referem também cortes nos subsídios de Férias e de Natal, bem como nos subsídios de alimentação.

Com este cenário, não é de estranhar que quase dois em cada cinco jovens trabalhadores admitam emigrar à procura de melhores oportunidades.

O director-geral da agência GFK Metris e responsável por este estudo, António Gomes, disse à TSF que estes números agora publicados, nomeadamente sobre os cortes nos salários daqui por um ano já devem estar desactualizados, esperando-se um cenário mais negro.