20.5.11

Quebra no consumo reflecte-se nas vendas dos restaurantes de fast-food

Por Pedro Crisóstomo, in Público on-line

A Ibersol, empresa que opera em Portugal restaurantes das marcas de fast-food como a Pizza Hut, a KFC ou o Burger King, registou uma queda brutal nos lucros nos primeiros três meses do ano, para quase metade do resultado líquido apresentado no mesmo período do ano passado. O recuo no consumo, sobretudo em shoppings, influenciou a queda nos lucros para 1,5 milhões de euros.

A diminuição na actividade foi “profundamente penalizada pela crise financeira” em Portugal e em Espanha, com descidas nas vendas na restauração, em Portugal e Espanha, de 6,9 por cento no conjunto do grupo (para 44,8 milhões de euros), comparando com o primeiro trimestre de 2010.

Há razões claras para estes resultados. No caso português, desde logo, a redução de tráfego nas auto-estradas, onde as marcas do grupo têm restaurantes nas estações de serviço – e com maior incidência nas antigas SCUT. Ou a diminuição de tráfego, em sete por cento, nos centros comerciais, que não foi compensada pelo melhor comportamento nos restaurantes de rua (não detalhado quantitativamente pela empresa).

A KFC foi o único restaurante do grupo a crescer (6,5 por cento), ao passo da marca O`Kilo, que tombou, face ao primeiro trimestre do ano passado, 21 por cento. Não só deu mostras de “maiores dificuldades competitivas face ao movimento de degradação de preços nos conceitos de comida tradicional” nos grandes centros comerciais, como forçou até o encerramento de uma unidade em Viana do Castelo, “por decisão de não renovação” de um contrato.

Também a Pizza Hut reduziu as vendas em 7,1 por cento e o mesmo comportamento teve a Pans & Company, com uma quebra de 4,6 por cento e o Burger King, com menos 2,3 por cento.

Os números, nota em comunicado a Ibersol, são consequência da situação económica e financeira tanto em Espanha como em Portugal. E aqui, “o impacto das medidas de austeridade nas famílias, o aumento dos preços dos combustíveis e a incerteza quanto à situação política e financeira do país contribuíram para a assinalável queda do consumo no trimestre”, justifica.

Para os próximos meses, o consumo “será também penalizado pela austeridade orçamental associada à implementação do programa do memorando de entendimento” assinado entre o Governo de gestão e a troika Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional.

Apesar da conjuntura, o grupo abriu cinco unidades em Portugal em Abril.