27.5.11

Salários em atraso disparam no ano passado e atingem 28,4 milhões de euros

Por Raquel Martins, in Público on-line

Atrasar o pagamento dos salários aos trabalhadores ou reter os descontos para a Segurança Social parece ser cada vez mais a solução encontrada pelas empresas para fazer face à crise ou a dificuldades pontuais de tesouraria. No ano passado, a Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) detectou 16.092 trabalhadores com salários em atraso - mais 3800 do que em 2009 - no valor de 28,4 milhões de euros. Trata-se do montante mais elevado dos últimos quatro anos e representa um aumento de 85 por cento face aos 15,3 milhões de euros apurados em 2009.

De acordo com o relatório de actividades da ACT a que o PÚBLICO teve acesso, em média cada trabalhador tinha a receber 1766 euros. Esta verba, segundo o inspector-geral do trabalho, José Luís Forte, acabou por ser devolvida graças à acção da ACT.

Mais de metade da dívida apurada dizia respeito ao salário base (14,8 milhões de euros) e ao subsídio de Natal (6,8 milhões). Mas os inspectores detectaram também falta de pagamento de subsídio de férias, de férias não gozadas, além de outros créditos.

O não pagamento da retribuição aos trabalhadores ocorreu sobretudo nas empresas de prestação de serviços, na indústria hoteleira, no comércio a retalho e na construção civil.