29.8.11

Castelo de Sonhos protege os mais carenciados há 13 anos

Nuno Couto, in Jornal do Algarve

A instituição de solidariedade de Silves dá comida, roupa, móveis e eletrodomésticos a 2030 famílias carenciadas. Ao fim de treze anos a lutar contra a pobreza, a presidente Liliana Rodrigues encara com preocupação o aumento do número de pessoas que têm feito pedidos de alimentos.

O número de pessoas carenciadas que têm solicitado apoio ao Castelo de Sonhos de Silves tem vindo a aumentar nos últimos tempos, revelou a responsável pela instituição, que já dá resposta a 8000 pessoas carenciadas, num total de 2030 famílias.

“Infelizmente, o número de inscritos tem vindo a aumentar por força da crise”, disse ao JA Liliana Rodrigues.
De acordo com a presidente do Castelo de Sonhos, “a partir dos três anos até aos 100, as famílias estão identificadas e têm de apresentar um cartão da instituição que lhes dá direito a receber mensalmente roupa, sapatos, louça, eletrodomésticos, lençóis de cama, etc.”. Além disso, as crianças de todo o concelho recebem no início do ano escolar mochilas e material escolar.

Mas a ajuda da instituição, criada em 1999, vai muito mais além. “Apoiamos grávidas, mães e bebés de todo o Algarve e ainda no IPO de Lisboa”, salientou Liliana Rodrigues, acrescentando que cada grávida recebe um enxoval completo.

O Castelo de Sonhos apoia ainda escolas, hospitais, estabelecimentos prisionais e outras instituições com alimentação, vestuário e mobiliário.

Mas o maior sonho da responsável ainda está por realizar, que passa por construir uma creche na cidade de Silves.

“Achamos de extrema importância criar um espaço onde os pais possam deixar as crianças durante o período de trabalho e proporcionar às novas gerações maior qualidade vida. Desta forma, os técnicos podem acompanhar o desenvolvimento das crianças e estar sempre atentos a qualquer sinal de risco e negligência”, explicou a presidente da instituição, que já tem um terreno doado por um particular, o recheio
do infantário oferecido por uma empresa e o compromisso da Universidade do Algarve para fazer o projeto de arquitetura.

“Só falta mesmo o dinheiro para começarmos a avançar com a obra, que vai acolher cerca de 100 crianças”, frisou Liliana Rodrigues, recordando que as listas de espera chegam às 200 crianças no concelho de Silves.