29.8.11

Como podem os Europeus sobreviver à Crise

por António Alves, in Setúbal na Rede

Começam as “reentres” partidárias. O País continua em festa, mas as realidades não deixam de ser preocupantes e a situação na Europa está cada vez mais complicada.

Os “donos” da EU, leia-se Ângela Merkel e Nicolas Sarkozy, têm arrastado as decisões que são necessárias para que a Europa possa, atempadamente, sacudir o espectro da crise, que cada vez mais se aproxima de uma recessão mundial.

A adequação de políticas europeias ao serviço dos cidadãos podem ser possíveis, assim os “lideres” políticos se entendam e unam esforços para levar à prática algumas ideias que têm sido afloradas e que sempre são relegadas para altura posterior e a destempo. A criação duma governação económica representa um avanço importante para uma saída da crise europeia, se for no sentido de uma Europa mais económica e mais justa socialmente.

Quando se está num estado de crise como o actual, não se pode só cortar na despesa ou aumentar impostos. É preciso lançar alguns investimentos para ajudar a criar, essencialmente, postos de trabalho, única forma de fazer crescer a economia e de evitar que os trabalhadores recorram ao subsídio de desemprego ou outros e, consequentemente, deixem de sobrecarregar os orçamentos de estado.

Não se pode levar a vida só a pedir dinheiro para a gestão corrente e pagamento de dívidas. Há que negociar linhas de financiamento ou aplicação de fundos comunitários, para levar a cabo alguns investimentos que ajudem o crescimento das economias e a criação de postos de trabalho.

E isto tem de ser urgentemente discutido a apreciado pelos políticos quer a nível nacional quer a nível europeu, cujas decisões tem de ser agilizadas e postas imediatamente em prática, não se admitindo adiamentos.

Aos investidores, às entidades financiadoras, aos empreendedores e aos banqueiros se pede para apoiarem as reformas indispensáveis visando melhorar o crescimento económico a competitividade e o desenvolvimento dos países, embora de acordo com regras apertadas de controle e de austeridade.

Duma vez por todas entendam-se, porque estamos todos no mesmo barco e, ou nos salvamos todos, ou não se salva ninguém.

A EU e os governos dos países devem preocupar-se mais com as populações, que representam a mola mestra para o desenvolvimento, tomando medidas para aliviar as condições de vida das classes média e baixa, que têm vindo a ser agravadas e já não tem capacidade para mais sacrifícios.

Todos temos de reconhecer que o número de pessoas em situação de pobreza e de exclusão social no País e na EU é inaceitável.

No Ano Europeu da Luta Contra a Pobreza, o gabinete de estatística do EUROSTAT, revelou a existência de um número recorde de cidadãos atingidos pelo flagelo da pobreza nos 27 países membros da EU. Nesse estudo, em Portugal, 18,5 por cento da população está abaixo do limiar da pobreza e as famílias vítimas directas ou indirectas do desemprego maciço é muito preocupante.

A EU sempre teve por objectivo o desenvolvimento social, económico e cultural. Mas, a verdade, é que, ao longo do tempo, muitas questões importantes ainda hoje se mantêm: Desemprego; Salários Baixos; Pobreza e Insuficientes Serviços de Saúde e Sociais entre outros.

O reexame da política social europeia, terá, pois, de reforçar a necessidade de promover a qualidade enquanto força motriz de uma economia que se quer próspera e apta a criar mais e melhores postos de trabalho e procurar o equilíbrio entre flexibilidade e a segurança, a luta contra a pobreza, a modernização da organização do trabalho e da protecção social bem como promover a igualdade entre homens e mulheres em todos os Estados-Membros.

O projecto Europeu é ambicioso e o único em que os 500 milhões de europeus podem confiar e apoiar. Mas é um projecto de todos e não só de alguns. É tempo de decidir EUROPA.