26.10.11

Há mais gente no mundo mas nascem menos em Portugal

in RR

População não cresce em Portugal, mas aumenta no mundo. Peça de Liliana Carona “Famílias portuguesas querem ter mais filhos, mas são penalizadas”, diz Associação Portuguesa de Famílias Numerosas.

O planeta já conta com cerca de sete mil milhões de habitantes, revela um relatório da ONU sobre o estado da população mundial 2011, cuja versão portuguesa vai ser apresentada hoje, na Assembleia da República.

Em Portugal, os dados do último Censos indicam que a renovação de gerações está comprometida, devido à diminuição do número de nascimentos. O crescimento da população no país (1,9% entre 2001 e 2011) deve-se, sobretudo, aos imigrantes.

“As baixas taxas de natalidade têm levado a um problema, sendo necessário que haja imigrantes para que os países sobrevivam”, afirma o sociólogo Alfredo Bruto da Costa, em declarações à Renascença.

A secretária-geral da Associação Portuguesa de Famílias Numerosas, Ana Cid, garante, por seu lado, que “as famílias em Portugal desejam ter bem mais filhos do que os que estão a ter, mas a verdade é que são, a vários níveis – habitação, fiscalidade – penalizadas”.

Os impactos da redução da natalidade são o decréscimo “brutal” da “nossa capacidade de crescer economicamente e de sustentar políticas sociais, como, por exemplo, a de pensões”, aponta ainda a responsável.

É mais uma crise: a da população em Portugal, por oposição ao aumento demográfico no mundo. Mas, há espaço que chegue para os sete mil milhões de habitantes? Alfredo Bruto da Costa considera que “o problema da sobrepopulação não é real”.

“Lembro-me de ter ouvido uns senhores da UNESCO a falar sobre a população mundial e diziam que o planeta tem capacidade para produzir alimentação para o dobro da população, que, nessa altura, eram seis mil milhões e qualquer coisa”, recorda.

Na perspectiva de Bruto da Costa, o que falta é “a noção de bem comum mundial”, como chamou à atenção “o saudoso Papa João XXIII” e “uma autoridade pública para gerir e promover esse bem comum”.